Wednesday, July 30

Livro: O diário de Anne Frank

Eu fiz uma daquelas promessas... que não costumo cumprir: de ler alguma coisa num determinado tempo por algum motivo. O caso de Anne Frank se devia a minha terceira viagem à Europa, onde passaria na Holanda, Amsterdã, e planejava conhecer a casa onde a mocinha em questão ficou escondida por mais de 2 anos nos conflitos de guerra.


Interesse pelo Holocausto, vocês já devem estar carecas de saber que tenho. E não é pouco ("A menina que roubava livros" está em algum dos posts antigos como referência, por sinal). Leiga sempre fui, mas nem por isso tive pouco interesse, a curiosidade é grande.

Resultado: comprei o livro em maio nas carreiras, comecei a ler no mesmo impulso, mas viajei e sem ter finalizado e conheci o famoso Anexo Secreto sem ter a essência da história finalizada. O que é uma pena tremenda. Sabia que estaria arrependida depois. Fazer o quê? :(


Dramas à parte, o livro tem uma boa história. Mas não achei essa coisa toda. Da metade para o final, as coisas começam a esquentar, mas só na terça parte da história é que você encontra, de fato, relatos mais consistentes dos conflitos em si.

De qualquer forma, estamos falando de judeus escondidos em Amsterdã por dois anos enquanto conflitos acontecem, então, é suco de uma fruta pura, sem água ou adoçante (bem amargo, por sinal). Portanto, reconheço que é por si só, independente do relato ser apreciado ou não: um fato. Rico em detalhes de convívio.

Só no posfácio as lágrimas caíram. Então, não é Anne que te faz chorar. Anne é uma garota audaciosa, impulsiva, adolescente, rebelde, cheia de graça e vida. Um pássaro selvagem que foi obrigado ficar numa gaiola para ganhar mais alguns meses de vida. 

Anne te apresenta os personagens e conta várias histórias do Anexo sempre que pode, até você se sentir parte da família, parte da mobília, parte da comida podre. Ela não reclama muito do que é ruim, ela reclama de quem reclama demais.

Então, quando você estiver completamente adaptado àquela realidade: acordando com bombas e sirenes, jantando batatas por meses, conversando sobre astros de cinema ou espiando seu namoro com Peter... O posfácio te arranca das daily activities e te esbofeteia a cara com um fim de história.

Uma angústia gigantesca vai te engolir quando der por si e perceber que o que acabou de ler não foi ficção... E então, o frio, a fome, o desespero, a separação, a saudade de todos... E o enfrentamento da guerra até a morte... em tão menos tempo... será cruel. Não é o que está no livro que dói, é o que não foi registrado por Anne que desespera.










[O primeiro post da fase nova.]