Estou escutando a chuva lá fora... Imaginando pingos d'água se espatifando na saliência do mundo. Encaro o teto branco no escuro do quarto pouco iluminado e, sabendo que respirar é uma atividade involuntária, não me preocupo.
Então, recostada na minha cama, desapareço.
Parte de mim se desprende da escravidão racional. Meu inconsciente é sedutor, me droga, grita em silêncio, machuca sem dor, brilha sem luz.
Estou no devaneio. Aquela infinita gama possível. Me cega, me aprisiona de qualquer certeza, me enche de relativismo.
O terceiro estágio é faceiro porque você volta. A gente sempre retorna. Sabe dizer como foi, como atravessou a lógica e alcançou o inconsciente. Mas não entende como reverteu o processo.
E nem dá... Não racionalmente.
Você pode continuar tentando descobrir... Ou lembrar que a chuva parou, seu teto nem é tão contemplável assim e dormir parece uma ótima idéia... Ainda que não seja.
Ainda com Dancing - Elisa.