Saturday, April 2

Não-mim


Não gosto não. Mas tenho essa mania desgraçada de esmagar qualquer talento. Me jogo no balde de bosta e fico esperando que alguma coisa tenha pena suficiente para me dar um banho e dizer que "amanhã será diferente!".

Costumo falar que a melhor fase da minha vida foi a minha universidade. E não digo isso como alguém que tirou boas notas e recebeu alguns elogios. Sim, isso também era bom, mas eu tinha um desejo incansável de provar a mim mesma que era capaz - fosse o que fosse.

Perdi esse negócio (vou chamar a tal sensação de "negócio") de alguma forma, entre o fim da minha universidade e a data de hoje. Mas eu já tomei consciência disso. E quero de volta.

E não estou aqui como se alguém me tivesse tirado de lá do esgoto, ou que, encontrei um inimigozinho que eu quero desafiar. Nesse intermédio, aprendi que não preciso, de longe, provar absolutamente nada a qualquer pessoa, exceto a mim - e tenho mais é que me desafiar mesmo!

Achava engraçado quando algumas pessoas queriam mostrar que estavam mais felizes... O valor que ainda me davam para se preocuparem com a visão que tinha ou teria delas... Também passei um tempão engolindo sapos. Elefantes. Desejando escrever e-mails malcriados ou, quem sabe, mandar sms's anônimas, dizendo um monte de besteiras.

Burrice! Por que não me desafiar mais uma vez? Não foi muito fácil: "como é que vou pedir perdão a tantas pessoas que odeio, se não me sinto culpada?". Não existe fórmula secreta. Aprumei o teclado na mesa, escolhi três alvos e comecei a escrever.

Estou aqui para contar essa história, porque valeu a pena. Não que tenham me dito alguma coisa de volta, ou que uma cena romântica tenha se propagado, ou que alguém tenha se jogado nos meus pés, me idolatrando... Mais uma vez: eu não estava escrevendo para eles, nem aliviando-os; estava salvando o meu corpo das marcas que surgem a partir de situações incoerentes. Do caos.

Platão já dizia que, as almas vivem numa realidade perfeita, essencial. Que tende a se perder quando se choca com nosso corpo físico. Ótimo! Pois eu tô me desafiando! Quero escancarar as portas da minha alma! E se não alcançar a perfeição, posso garantir que estou desafiando o mundo, porque é nela que eu tô afim de chegar!

E não vejam isso como alguém que "tá viajando" demais. Vejam este post como palavras de uma blogueira que precisa duvidar de si mesma só para ter um resultado diferente. Porque, no fim, valerão as experiências, não o troféu - objeto simbólico que não é memória, nem corpo físico... nem alma, ou essência... Não-mim.



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Foda-se!

44685 ;)

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