Celeste era do tipo que gostava de ser livre para manter sua paz interior. Portanto, e muitas vezes, costumava evitar pessoas... que geralmente desequilibravam suas energias, sua concentração.
Naquele dia, largou do trabalho um pouco mais cedo. Era outono. E no outono fazia todo sentido pegar ônibus e descer longe de casa porque passava na rua do parque e pisava nas folhagens alaranjadas que transformavam a rua num belíssimo tapete natural.
Às vezes, passava inspirando fundo, sentindo o cheiro de natureza molhada. O cheiro do inverno. Outras vezes, lembrava da viagem que tinha feito, anos atrás, e de como se sentiu quando viu tudo aquilo. Pensava na vida... e se algum dia, estaria segurando a mão do próprio filho, passeando pelas redondezas. Nada movia sua concentração, era sempre o de sempre, por uma estação inteira.
Chegou em casa e tirou a roupa. Era a noite dos seriados... Mas alguém telefonou.
- Cel?
- Ahm... - seu cérebro tentou associar, rapidamente, a voz masculina aquele apelido, mas sua memória não era tão boa quanto seus sentimentos, então, tudo que ela percebeu, foi que estava nervosa. - Sim?
- Estou aqui perto. Posso passar na sua casa?
O alarme de visita soou e ela começou a organizar as coisas dentro de casa. Na realidade, tudo sempre estava em seu lugar, o que ela fazia quando alguém resolvia passar lá, era tirar um papel jogado no centro... ou, talvez, a bolsa do trabalho no balcão da cozinha. Em seguida, correu para trocar de roupas (vinha assistindo alguns programas de moda e, encontrar com alguém, era sempre a chance de colocar em prática o que estava aprendendo). Tinha dó quando tirava o pijama, mas depois que se olhava no espelho, gostava e resolvia aproveitar alguns shorts e vestidos.
Quando a campanhia tocou, ela estava lavando o único copo sujo da pia. Com as mãos enxutas, atendeu a porta e recebeu o amigo com um abraço. Ela tinha o costume de agir naturalmente porque sabia que as visitas se sentiam mais tranquilas assim. Oferecia água, suco (e pedia desculpas porque não bebia, então, nunca tinha álcool na geladeira). Na sala, sentava no chão ou se espalhava na poltrona para deixar os amigos ainda mais a vontade. Desligava a televisão para conversar e deixava um som ambiente rolando baixinho. Celeste já estava acostumada a ter poucas pessoas na vida, mas era feliz porque sabia que as tais eram exatamente as que podia contar, para sempre. E lá estava uma delas.
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:P
Estreia dos seriados foi ótima! "Grey's Anatomy" matou uma angústia, "The Big Bang Theory" eliminou uma possibilidade, "Dexter" atiçou bastante, "Glee" trouxe mudanças e "Fringe" me deixou cheeeia de expectativas! O que esperar de "Private Practice"? *-*
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