Wednesday, September 7

Chegando no "papel"


Confesso que estou cansada. De podar palavras, e de pensar demais antes de jogá-las no papel. Eu não sei exatamente quando foi que isso começou a acontecer, mas eu preciso dizer: não gosto.

E só como exemplo, a última frase, "mas eu preciso dizer", eu precisei mudar porque quando pronunciei a anterior, "mas eu tenho que dizer", não desceu bem. E isso é uma bosta.

Depois, eu acabo agregando mais um exemplo de loucura. O que é outra merda. Porque eu estou simplesmente tentando dizer que não gosto de escrever como faço, e já tem alguns anos.

Fico me perguntando se meu cérebro trabalha diferente das outras pessoas. Não basta que eu tenha uma ideia, como a de costurar uma roupa. Preciso passar no ferro e tem que vestir muito bem.

Depois de escrever, leio. Então, leio outra vez. E antes disso, já li umas três mil vezes cada parágrafo, enquanto construia. E para quê? Eu preciso sentir que as palavras escorregam.

Além disso, tenho outro probleminha, talvez de menor impacto, mas não menos importante: os parágrafos precisam manter um equilíbrio no tamanho. Sejam eles intercalados ou não.

Então, pode acontecer de, muitas vezes, ter o desejo de falar coisas, de certa maneira, e nem sempre me permitir tal façanha. Mas eu até que gosto. São como desafios de construção.

Quem leu até aqui deve me considerar muito pirada... Bom, não dói e nem faz mal. Às vezes irrita... Imagino que, algum dia, posso me tornar especialista no desdobramento, inclusive.

(Dei de ombros.)
Quem se importa?

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