Tuesday, November 1

Celeste e as necessidades


A verdade é que ela cresceu vendo que dessa vida não se leva muito... nem temos tantas necessidades como pensamos. Na maioria das vezes, criamo-las por caprichos.

Era caseira. E apesar de ver a si mesma com certo sarcasmo, não queria uma vida muito diferente. Era exigente, então, gostaria que algumas coisas fossem melhoradas, mas não sentia falta de nada.

Tá, tudo bem, às vezes!, porém, no geral, era abençoada: emprego, flat, dinheiro, gata de estimação, neve de vez em quando, internet, comédias românticas, pijamas e cama confortáveis, limpeza, amor, família...

O amor, por exemplo, talvez, pudesse trazer alguém compatível para embalar à noite... Ela não precisaria passar boa parte do tempo no travesseiro se culpando pelo processo infeliz dos anteriores.

A família bem que podia tomar uma atitude e se mudar para mais perto! Tinha saudade constante da amizade da mãe... e, às vezes, chorava um pouco solitária agarrada à gata peluda.

Bom, uma coisa era certa: ela não queria a vida de outrem. Gostava de sujar a blusa de molho shoyo de vez em quando. E a calça flanelada xadrez realmente precisava de um bom apreciador.

Ela estava disposta a mudar, ela queria mudanças, ela gostava de mudanças (se possível, muitas vezes!), mas ela tinha necessidades de grau indispensáveis e ela não abriria mão delas.



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 Adele - QUALQUER MÚSICA! *-*

 Novembro, novembro. Ah, novembro.

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