- Ô tchia, você tem algum livro sobre a, a, a anaconda?
- A cobra??? - perguntei curiosa, encaixando livros pop-up's em prateleiras acima da minha cabeça.
- Sim, é, é, é, da, da, da cobra. Sabe, tchia? Da cobrona!
- Hummm... - respondi imaginando este post. - Você sabe o nome do livro?
- Não sei não, tchia, mas pode ser coqué um! Coqué umzinho!
- Mas a tia não conhece. Eu preciso do nome do livro ou de quem escreveu o livro - já que ele provavelmente não sabia o que significava "autor". - Não serve de répteis? De jacaré, outras cobras...?
- Não, eu quero da anacondona!
- Mas e por que você quer tanto um livro de uma cobra tão assustadora?
- Você já viu, tchia? Ela e-e-e-e-existe mesmo! Eu vi ela entrando no quarto e engolindo o meu primo!
- O quê? - Fiz uma voz de quem estava muito surpresa. - Foi mesmo?! Você viu uma anaconda no seu quarto? Como é que foi isso? E cadê o seu primo?
- Ele, ele, ele, ele, ele tá lá... - Faltou informação mesmo. Ele deu aquela parada, encheu os pulmões antes de continuar. - Mas aí ela entrou e vrau, engoliu ele! Eu vi mesmo!
- E você não ficou com medo?
- Não, porque a anaconda só come as crianças que debose, desode, debode, debodede, desobe, debo, debosedecem, desobedecem o pai e a mãe.
- Aaaaahhhhh, - finalmente entendendo de onde vinha tudo aquilo - agora eu entendi. Então você é um bom filho?
- É! - ele respondeu assim mesmo. - Não pode debose, desode, debode, debodede, desobe, debo, debosedecer, desobedecer! - Aí ele me deu as costas e saiu gritando em direção às mesas. - Aaaaaahhhhh...
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