Sunday, December 15

Um recado indireto

Existiu um presente feito às mãos com fotografias de Um Ano. Esse presente foi dado por mim a uma pessoa. Essa pessoa deixou o tal presente com outra pessoa, por suas razões específicas. Eu soube disso. Eu  não gostei disso. Pedi o presente de volta. Antes comigo do que nas mãos de alguém que não tinha coisa alguma a ver com a história. E o tal presente me foi devolvido. Hoje, paro e penso e acho que não tem dono, apesar de ter sido feito para uma única pessoa que, por mais de uma vez, em momentos diferentes, não soube tê-lo. 

Enfim: Eu vou... dar fim nele. No tal presente feito às mãos. Por inúmeros motivos óbvios. E me perguntei, por dois segundos, em respeito a tudo que já foi, em respeito a meu passado, se quem rejeitou o presente desde o início deveria estar informado. Pensando nisto, e se algum dia, no futuro, ele questionar sobre o presente devolvido. Pronto: existe um recado em dezembro de 2013 destinado a você. E sua resposta também está lá. Ao presenteado indireto, o recado indireto.

Sunday, December 8

Celeste em: esqueça!


Celeste já não usava os cabelos presos. E apesar de passar boa parte dos últimos 2 anos com as madeixas de lado, achou que estava na hora de usar vários modelos, quando estivesse afim. Então, não existia nenhum padrão para o seu cabelo. Esqueça.

Seu pijama manchado de shoyo era de um conforto só. Mas agora ele tinha pijamas, camisolas novas e outras coisinhas provocante dividindo o espaço do guarda-roupas. Outro padrão estava morto. Esqueça.

As calcinhas, por sinal, agora tinham várias cores, tamanhos e fi-na-li-da-des. Então você, definitivamente, deve esquecer da Celeste que adorava uma langerie furada e esgalçada. Sim, esqueça!

Ela ainda gostava do frio. Mas era no verão que apreciava uma ótima praia, em ótima companhia. Então, apesar de estar inspirada na chuva, aprendeu a inspirar atividades, trabalhos e conversas nas outras estações. Esqueça a monotonia!

A cozinha não estava só. Já tinha alguém a quem deveria cozinhar o seu molho branco... Ou fazer aquele cuscuz recheado. Tinha alguém para acordar fazendo piadas com um cappuccino quentinho. Tinha alguém para telefonar e perguntar sobre o dia, quando não se viam. E dias para fazer de tudo, exceto falar das coisas de sempre.

Ela não achou que precivasa se transformar noutra pessoa. Nem se despedir. Ela não precisava abandonar a si mesma. Porque ela mantinha a verdadeira essência, sabia muito bem. Mas ela agora era tudo que sempre foi, vivaz e melhorado. Porque evoluir era algo do qual fazia questão de lembrar. E praticar diariamente.