Tuesday, October 13

Viagem no trem-fantasma

Quatro noites atrás, não lembro o que estava pensando quando fui dormir. Também não posso dar certeza deste "desprendimento" corporal, mas aquela sensação medonha e esquisita voltou.

(E é até estranho imaginar que a única certeza que temos é de que a morte chega para todos... E mesmo assim, entraríamos no mérito de outra discussão, e não é sobre isso que estou querendo falar.)

Era uma sociedade abandonada, um submundo. E lembro do céu, mas, ao mesmo tempo, é como se não conseguisse recordá-lo porque o tempo quase não tinha contraste entre as cores.

Se havia qualquer horizonte, seria impossível descobrir onde o céu e o mar se distinguiam. Na realidade, parecia que aquele momento estava parado. Apesar do caos, ninguém mais sabia dela.

Eram soldados. Uma rebelião com armas de fogo ultrapassadas e pedregulhos enormes lançados pelos prisioneiros que, provavelmente, lutavam por uma causa infundada. E não consigo lembrar porque estava ali!

Havia um muro em ruínas, uma poeira cegante, jorros de pedras de todos os tamanhos, gritos reinvidicadores e sofredores revoltosos. Uma elite desorganizada, cruel. Que atearia fogo se tivesse condições.

"Me tira daqui! Quero voltar! Quero voltaaar!" E aquele peso da vida continuava dizendo que não era hora, que não era hora, que não - era - hora! Gemi assustada: "socorrooo! Socorrooo! Acordaaa! Acordaaa!"

No quarto azul, meus olhos estavam úmidos, meu corpo tensionou, me senti sozinha, friamente analisada. Debilmente evoluída, assustadoramente cansada e suficientemente sonolenta para não questionar e voltar a dormir.



(Agora?) The Portrait - James Horner (peeerfeeeita! E lembro que foi em "Titanic" que descobri como gostava de trilha sonora.)

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