Quando comecei a estudar na escolinha perto de casa, minha mãe foi basicamente obrigada a estudar comigo. Depois de um tempo, ela começou a ficar na porta da sala. E eu tinha que enxergá-la nas proximidades. Então, ela começou a ficar sentada num banquinho de cimento do outro lado do parquinho, e eu mantinha a vigia através dos combogós.
Não lembro quanto tempo isso durou, mas me recordo perfeitamente das vezes em que ela aproveitava enquanto eu estava entretida com massinhas de modelar e brinquedos de montar e ia embora. Até hoje, quando topo com esses brinquedos, tenho uma terrível nostalgia da sensação.
Eu sempre chorava desesperada, relembrando o seu carinho e seu cheiro, achando que nunca mais iria vê-la. Era uma sensação horrível de impotência e desamparo, como se abrisse um buraco negro debaixo dos meus pés e fosse deixar de existir porque ela ia me esquecer e eu ainda era muito indefesa.
Psicólogos? Alguém?
Rs!
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