Friday, February 27

As mesmas coisas


Rir das mesmas piadas,
reclamar dos mesmos erros,
ouvir as mesmas palavras.

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

Sentir as mesmas tremulações,
achar que o céu não mudou
ou que os pássaros engasgaram nas mesmas canções.

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

As mesmas dúvidas...
as eternas dúvidas...
o futuro incerto...
Isso não é certo!

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

As mesmas situações,
os mesmos sorrisos,
as mesmas pessoas,
as mesmas emoções...

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

Os mesmos lugares,
as mesmas "mesmas",
sem novo repertório...
Por que é tão ilusório?

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

Aquelas culpas
e lamentações.
As eternas desculpas
e subjeções.

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

Não é nada disso,
ou tudo isso!
Ameaças e perdas...
choros e tristeza...

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

"Do que você precisa?"
"O que é que você quer?"
Que diferença faz,
quando se procura paz?

Hoje tenho um vazio,
cheio de silêncio.
Ou tenho um silêncio
inundando meu vazio.

Thursday, February 26

Dawson's Creek - "Detention" episode


Joey divide angústias com Dawson:

- Desculpa, não sei o que está havendo. Tenho uns sentimentos gozados... não sei como dizer e não posso dizer. Quero dizer... Nos conhecemos há tanto tempo e sabe tudo sobre mim. E eu nem consigo dizer isso. Não consigo. Eu me sinto muito só.

- Você não está só.

- Estou, sim.

- Não, eu estou aqui. Estava com você na sexta série e estou aqui agora. Nada que diga mudará isso. Talvez se dissesse o que quer, se abrisse o jogo... seus sentimentos não seriam tão fortes. Quero que seja livre.

- Não posso. Não posso! Se eu disser o que sinto, não tem volta. Vai mudar tudo e não posso fazer isso. Não posso.

(Tão dramático e frustrante...)

Tuesday, February 24

Dawson's Creek - "Hurricane" episode


Acho que todo carnaval assisto Dawson's Creek. Hoje vi três episódios da primeira temporada. Um deles é chamado "Hurricane" (furacão) e a mãe de Dawson, Gale, assume para Mitch, seu marido, que está o traindo com um colega de trabalho chamado "Bob".

É um trechinho muito interessante porque, no fim das contas, por mais injusto que possa parecer, é assim que funcionamos, é assim que reage o ser humano. Pareceremos eternamente vazios e repletos de contradições. Não é diferente da situação angustiante vivida por April Wheeler, de "Foi Apenas Um Sonho" diante de sua vidinha perfeita e aparentável.

Segue o texto no final do capítulo (em inglês porque corresponde exatamente ao que dizem, de fato). Mitch começa perguntando:

- So, why'd you do it?

- Get ready, Mitch, because if you think it can't get worse, it can. My reason is preposterious. I have no reason. No. I woke up one day, Mitch, and I realized my life was perfect. Everything I ever wanted from the time I was 6, had been realized. I discovered perfection obtained is a discomforting state and I got restless. What do you do when everything is right? When everything is just the way you've always wanted it to be? I have a perfect home, a career, the most gifted child, a husband who stimulates me, mind, body and soul every day of my life. I want for nothing. And I guess that left me feeling empty, not wanting. And I just wanted to want again. So, I set out to achieve it. And, boy, did I succeed because I want now. I want back everything that I've lost. Mitch, I am sorry.

- Let's just sit here, all right? I don't want to talk anymore.

- Okay.



I'll Stand By You - The Pretenders (essa é boa, viu?)

Friday, February 20

Eu escrevo, tu lê, nós discutimos


Primeiro rabisco o que pode agradar em três folhas do caderno. Depois, amasso o primeiro, rasgo o segundo, risco o terceiro e resolvo desistir.

A cabeça dá uma laterjada de leve e olho em volta. Todas as coisas permanecem paradas. Como uma espera tensa pelo que poderá vir em seguida.

A mão já está no queixo e na vesguice, examino o próprio nariz. Meus olhos alcançam a ponta dos dedos encostados no lábio inferior. Ainda seguro a caneta. Talvez, não tenha desistido.

O papel amassado está no chão... sinônimo duplo de agressividade. O segundo, rasgado em vários pedaços, no canto da cama. O último: embaixo do caderno, balançando devagar com o vento que vem da janela.

Ainda de bruços, penso no tempo e me dou conta de que não tenho relógio... Finco as unhas na cabeça e coço o cocoruto: droga! O que falta? Papel, caneta, cabeça... palavras. Sentidos.



Espero o som do assobio irritante se dissipar dentro e fora da minha cabeça. Os olhos ardem e lamento não me encaixar no paradigma do abstrato - audível - tocável - sonoro - provável... Mas não é uma boa idéia tocar neste assunto. Quase me arrastou para o fim. Lembra?



As I Lay Me Down - Sophie B. Hawkins (continua!)
Esse texto foi escrito não sei que dia, nem porque. Imagino que estivesse desgostosa com mais alguma coisa que havia tentado escrever... Provavelmente era 2005. As folhas eram do Bob Esponja e usei esse caderno naquele ano de universidade. O fato é que, fazendo uma organização daquelas em tudo que tinha sobre as diversas coisas que já escrevi, encontrei esses escritos e considerei compartilhável. Espero que tenham gostado, foi escrito para nós, que-também-escrevemos.

Wednesday, February 18

Traumas

[Momento Amnésia On:] Certo, eu acho que anotei sobre o que iria comentar neste post em algum lugar... Eu só me lembro que o título seria "traumas" e tinha alguma coisa a ver com escola... [:Momento Amnésia Off] Ah, lembrei!

Bem, acho que tenho uns trauminhas da minha adolescência. Algumas vezes fico buscando explicações a respeito de mim mesma sobre certas atitudes e acabo acertando algumas fases desconsertantes da minha vida (não tenho vontade de fazer psicologia, só para desgarantir sugestões) .


No início daquele ano, fiz diversos amigos na escola e não era àquela tímida de sempre. As pessoas sugeriram: "se candidate à representante de turma!", mas eu não achava que me cabia nesses lugares. Alguns meses depois, iniciou o período de eleições... Me candidatei... E, somente, uma pessoa votou em mim: eu mesma.

Eu lembro que gostaria de ter faltado naquele dia. Senti muita pena de mim mesma, era uma idiota, larguei um sorriso aguado enquanto a sala inteira inrrompia em risadas. Pensei "tramaram contra mim? Por queee?". Aquele silêncio, minha única mão levantada, fria, eu votava em mim! Eu e o vazio...

Trauma! Na universidade tentaram fazer a mesma coisa. E eu sei que seria diferente, queriam mesmo que eu me candidatasse, chegaram a colocar o meu nome na papelada, mas eu cheguei na professora e disse que realmente não queria. Foi como ter me visto no passado podendo evitar o constrangimento.

Talvez, TALVEZ, essa coisa toda não faça qualquer sentido - ou faça muito. É como se estivesse procurando pessoas que dissessem alguma coisa e conseguissem manter a palavra: "se candidate! Eu votarei em você!". Alguém, poderia, por favor, levantar a mão para me apoiar? Eu não queria vencer aquela eleição da sala de aula, eu juro que não queria! Eu só gostaria que alguém tivesse levantado a mão junto comigo. Só isso.



As I Lay Me Down - Sophie B. Hawkins (tocou em Dawson's Creek - estou refazendo minha coletânea de músicas que tocaram nos episódios. ADOOORO!)

Sunday, February 15

O Curioso Caso de Benjamin Button

(The Curious Case of Benjamin Button, David Fincher, 2009 - novíssimo!)



Alguém viu o trailler? É lindo, não é? O filme também é! Sem propagandas enganosas! Hoje percebi que as histórias boas funcionam da seguinte forma: uma dose única (sem exageros) de originalidade mais, obviamente, a história em si. Nesse caso, teremos: a originalidade: alguém nasce velho e vai ficando novo (me questionei: será que ele morrerá num orgasmo? - mas deixa isso pra lá...), depois, teremos o enredo: o romance. E, pimba!, nasce uma coisa legal para ler num livro ou ver no cinema.

Assistam. Vale a pena.

P.S.: Alguém que eu conheço comentou que fizeram Brad Pitt adolescente e aquela maquiagem ficou impressionante!. Na boa: não vi nada demais... Ele ainda me parecia velho. Talvez seja uma questão de ator mesmo... A gente já conhece e sabe que ele é um semi-coroa. Enfim, a maquiagem não perde sua importância por causa disso. Sério.