Friday, June 5

De lá pra cá?



Era desajustada. Tropeçava nas próprias pernas. As calças eram curtas e o cabelo desgrenhado. Algumas espinhas aparentes, óculos que não embelezavam e um coração envolto por camadas "inatravessáveis" (ainda que a expressão não exista, porque gostava de inventá-las).

Já amava as palavras, mas ainda era um sentimento involuntário. Depois, em contato direto com regras e formalidade, instalou-se o medo. Havia um universo capitalista regido pela disputa. De homens gigantes com passos largos, medonhos.

Escondeu-se debaixo da cama, estava muito assustada. Era presa fácil na terra de vilões. Chorou pouco tempo... Até resolver caçar também. Passou meses questionando o sistema... E não chegou a qualquer lugar.

Colocou as mãos na cintura, bateu o pé, franziu o cenho, viu que não estava onde planejara, apenas imitava a maioria – era arrastada diariamente pelo tempo.

Resolveu lutar contra a maré... Virou um peixe solitário, mas estava acompanhada por outras sardinhas e golfinhos que também nadavam sozinhos.

Na areia da praia, viu que o mar era uma miragem e estivera numa poça de lama – não havia oceano algum! E já crescera tão mais! O mundo ficou pequenininho, os monstros eram menores ainda, suas vozes inaudíveis.

A paciência foi o único verdadeiro preço pelo qual teve que pagar... Então, concluiu que nada realmente mudou no mundo, nas poças, nos vilões ou golfinhos... Seus mais profundos desejos é que cresceram demais... E absolutamente nada seria capaz de limita a realização deles.



Lara Fabian - qualquer música! AMO!
Venci um concurso de fotografia!

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