Sunday, May 27

Celeste e a página 355 do seu diário


Acordei achando que dormi uma semana inteira... Mas a minha gata de estimação não estava morta de fome... Na realidade, dormia quentinha, de barriga para cima.

O celular marcava 13h23, mas, estranhamente, nao tinha uma dor de cabeça... Porque eu sei que não posso dormir até depois do meio-dia... Deve ter alguma coisa a ver com o pôr-do-sol... Sempre acordo com uma enxaqueca cruel, debilitante.

Mas eu não estou aqui para falar disso... Essa noite, tive sonhos esquisitos. Andava por vielas e queria voltar para casa. Estava cansada de caminhar, mas ainda conseguia fazer um esforço. No meio do caminho, questionava as pessoas sobre uma avenida...

Passei por uma loja de bonecas... E tecidos... Topei com pessoas vestidas de personagens do Harry Potter... e encontrei uma garotinha que queria criar um gatinho. "Dê ração, leite, carnes, arroz e comida enlatada. Não pegue o animal no colo o tempo inteiro. E você também vai precisar de uma caixinha de areia", disse a ela.

O pior de tudo é que resolvi escrever porque estou com uma sensação esquisita... Queria falar dele... De quem não tenho nada para dizer... Talvez, a sensação nem tenha a ver com ele, mas, com a manhã que não vivi, o lugar em que não estive e um rapaz que ainda não conheci.

Friday, May 25

Dez anos!


Separei a imagem desde ontem porque hoje é um dia memorável. 10 anos atrás... quem diria! Conheci pessoas que marcaram a história da minha vida. Tantos anos depois, eu poderia simplesmente ignorar... Ou jogar pela janela... Tratar com indiferença... Mas eu tenho um certo misticismo, um sexto sentido, um feeling particular que foi duplicado anos atrás e respeito.

Também não posso esquecer das pessoas que conheci... E dos amigos que trago no peito desde então. Alguns mais afastados, outros mais próximos... Mas todos no meu coração, guardados com carinho (mesmo!). Afinal, como posso me esquecer de tantas situações que desencadearam um efeito dominó?

Quando penso em "vinte e cinco do cinco", meu cérebro jogar um vestido preto na minha cara, um cabelo ressequido e um par de olhos azuis. Depois, acordo na varandinha de uma casa de praia toda de madeira. Eu vejo a chuva, sinto frio nas mãos e um cheiro de mar enfraquecido.

Eu não tenho certeza, mas acho que, no começo, tinha música. Trilha sonora New Age! E chá. Quando os detalhes vão intoxicando o meu cérebro, escuto o barulho de cadeiras de plástico raspando no chão de pedras. Sinto a presença de um grupo de pessoas em silêncio, dando ouvidos a alguém que amei e, subitamente, odiei.

O mais engraçado de tudo... é que foi melhor porque deu tudo errado. Agora, lembro da minha adolescência como a de alguém que acabou tropeçando em armadilhas e caiu numa realidade paralela... Viveu algumas aventuras e voltou com histórias para contar. Meus 17/18 anos foram verdadeiramente graciosos! Desses que a gente lembra detalhes e gostaria de voltar só um pouquinho para matar a saudade.

A medicina explica que... normalmente, o cérebro dá um jeito de esquecer as coisas desagradáveis. Às vezes, acho que das mais angustiantes, a decepção é quase mortal. Cartas na mesa... lágrimas, "adulta estúpida!", "adulta fraca!", "adulta burra!" e a descoberta de um mundo sem super-heróis... Sem justiça... A descoberta de um mundo real, com monstros reais.



Sabe do que mais? ESTÁ TUDO BEM. Era o que desejava dizer. E que, de alguma forma, disse.

Que sorte a minha!

Tuesday, May 15

Time goes by, Espelho Inverso

Se alguém tivesse dito...


Minha cor preferida era azul, era viciada na internet... e já fui mais grosseira. Não posso dizer que, de repente, gosto de coisas mais fofinhas, cor de rosa e reduzi o meu tempo online em mais de 75%, mas é por aí. Também estou postando mais e dizendo cada vez menos... Vai entender...

Sentada na varanda, pela tarde, pensei racionalmente que, talvez, o eSPELHO iNVERSO esteja com seus dias contados. Sei que raramente escrevo alguma coisa muito relevante... e, ultimamente, muito do que encontro por aí e tenho necessidade de dividir, jogo na própria página do meu Facebook.

Então, e pensando em lixo virtual, resíduo, reciclagem... cheguei a tal pensamento. Algumas vezes, deixei pistas de quem estava em transformação, de quem precisava de mudanças... e que, provavelmente, as mais significativas eram mais lentas, mais despercebidas. E eu já tenho os meus sinais.

Bom, a verdade é que essa história de "mudar o padrão" ou "yes, man!" pode ser uma grande ilusão, se a mudança não começar do seu interior. E eu acho que a brincadeirinha das cores, dos "ursinhos de pelúcia" e... minha vida virtual enfraquecida são das mais estúpidas transformações que poderia exemplificar.

O que também vem a calhar, e isso é velho, é que não posto mais da minha vida. Não falo abertamente, como já devo ter feito se estou apaixonada, ganhando muito dinheiro ou planejando uma nova viagem relâmpago. Primeiro porque não interessa a ninguém, e depois, porque, quem não deseja ser lido, não tem blog público.

O meu grande e atual dilema com o eSPELHO iNVERSO é o apego emocional. Eu simplesmente amo o nome "espelho inverso" e acho uma das metáforas mais filosóficas que já acionei para falar de mim. Entretanto, não tem sentido algum, se não tem seu propósito atingido.

Neste blog, quando penso em seu nome, me imagino tomando o lugar do meu reflexo no espelho para falar de mim mesma. A intenção era agir criticamente sobre a minha própria vida, mas eu não posso fazer isso. Depois de algumas experiências quotidianas, cheguei a conclusão de que sou discreta e aprendi sobre isso no berço.

É complicado, dessa maneira, manter o blog. Ele já não tem objetivo amado. Eu não quero falar de mim, minha vida não é interessante, e se for, por que diabos eu teria de avisar a todo mundo que está sendo? Eu não sou famosa, não devo explicação a fãs e meus amigos me encontram via telefone quando precisam!

Se pudesse resumir, eu diria que ainda quero escrever. Que gosto de escrever, de ser lida! Mas eu não quero fazer da minha vida um lugar onde os curiosos venham para especular a respeito dela. Na realidade, eu nem acho que faço mais dessas coisas, e se fiz, já faz muito tempo!

Eu estou pensando em abrir um blog novo, estou querendo migrar, fazer diferente, mudar! Mais mudanças! Pequenas mudanças, dessa vez, na leitura de vocês. Felizmente (ou nem tanto), ando apaixonada por muitas coisas... e não sei como afunilar os assuntos para repassar. Então, por enquanto, sem pressão, ok?

Não é garantido que o eSPELHO iNVERSO venha a ser fechado, nem que realmente inicie alguma coisa nova, completamente diferente. É certo, apenas, que peças estão sofrendo ajustes e substituições. Quem tiver alguma ideia e puder me ajudar, deixe recado que eu retorno assim que ler!

Abraços aos leitores, aos curiosos de plantão, aos anônimos... E a qualquer outra raça que frequente este espaço! Não é uma despedida, é apenas um MUITO OBRIGADA.

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Saturday, May 5

Como ser um escritor?


Quem deseja ser escritor, sofre. Sofre porque deseja escrever e nem sempre gosta do que  diz. A plenitude do escritor está nas palavras que nem sempre se mostram. O azar está na ausência de prazo, no tempo em si mesmo. E eu acho que minha falta de vícios é um agravante. Porque não tenho alma boêmia, não fumo, não bebo... Não galanteio, nem deixo recados no espelho. Não tenho cheiro de roupa guardada, meu quarto é organizado e, apesar de madrugar, estou em casa. Não sei jogar dominó como outros experts e gosto de historinhas bobas no cinema, como as eternas comédias românticas.

Pobre de mim.

Friday, May 4

O que está acontecendo?


É, eu já reparei que não tenho dito muita coisa... Mas, e mesmo assim, não estou sem postar. Também não estou entendendo muito bem. Não é uma questão de "se conhecer" ou saber o que se quer da vida. É, talvez, um pouco mais (ou menos). Eu estou, apenas... aqui. Eu estou onde estiver. Estou em paz.