Tuesday, December 29

É loucura. Insensatez.


Não sei o que dizer. Exceto que preciso dizer... Imagine, por favor, uma auto surdez. Ainda ouve os outros e tem ótimas canções na memória, exceto as que gostaria de ouvir - músicas que não adoçam as veias

E passei uma semana sem entender o que o fastio, a insônia e as palpitações diziam... mas, sentada na cadeira do PC, AGORA, neste post, compreendi o xis da questão.

Não frite os miolos no travesseiro, nem asse como hamburgueres na cama ou coce o couro cabeludo. ACREDITE EM VOCÊ.

Estou magoada - me dei uma rasteira. Por que, diabos, preferi confiar nos outros? Que amizade me faria inimiga de mim mesma?

Esmurraria minha imagem. Desbravaria mundos com palavras prensadas na garganta. Mataria maldosos à sílabas.

Enfraqueci porque estou em desarmonia. (Existe alguma explicação melhor?) E que diferença faz? Receio que derrubarei templos... sem gritos.... ou violência.


RODAPÉ

Part of Me - Lara Fabian (tocando agora... Na realidade, estou ouvindo ADAGIO - um dos álbuns da Larinha.)

Não preciso disso hoje.

27502 - Obrigada! :)

Thursday, December 24

No contexto de me ser

Essa imagem foi um presente de natal de
Anderson Freire pra mim. OBRIGADA, Anso.


Uma semana atrás, era terça-feira. E também fui “terça-feira”. Sabe o que acontece nas terças? NADA. Sabe quem se preocupa com terças? NINGUÉM. É inerente. E se me dissesse que segunda-feira é que é pior, diria que não é disso que estou falando. Atribua valores: No domingo, descansamos; na segunda, a gente volta à maratona; na quarta-feira, o cinema é mais barato; a quinta-feira é uma alegria, tem gente esperando loucamente pela sexta. A sexta e o sábado é pura sacanagem. Mas a terça-feira? Ninguém se importa.

Dia desses, estava organizando os pensamentos para escrever sobre minhas dúvidas, confusões... Meus dilemas... Seria bom se pudesse enumerá-los, entretanto, não consegui defini-los. Vi um campo minado, e não sabia onde enterraram as bombas, nem o propósito delas quando explodissem. Em se tratando de metáfora, gostaria que não fizessem o mesmo efeito (que não me arrancassem pedaços).

Então já era um caldeirão, uma sopa de legumes saboroso. Usei a casca da batata e joguei a melhor parte no lixo. Devo ter escolhido as sementes do pimentão... e eu nem sei dizer se a gente usa pimentão na sopa. E nem se tem sementes lá dentro. Sou mesmo uma piada... e sem graça. Concordo.

Ontem passei numa loja para fazer uma encomenda... E no caminho, ainda encharcada pela prisão de muitas coisas, concluí que sempre soube o que eu quero. E que tenho preferido ignorá-lo por N motivos... E que não sei dizer muitas coisas, exceto que dói... por outros N motivos ao cubo. Os quais, por outros N motivos elevados a quinta potência, não escapam de mim, não tomam vida própria. Se metaforizasse pela terceira vez, diria que se trata de um espirro que não sai, um orgasmo que não acontece, um soluço que não para. Terrorismo que não cessa.

E muito pior que tudo isso, é tudo isso outro. Como se não bastasse... Porque já é natal. E eu não queria que fosse assim. Quando era criança, esperava ansiosa pelo Papai Noel. Sabia que tinha falsos, aqueles de shoppings, mas acreditava no verdadeiro, que existia. E ganhava tantos presentes... As luzes, as canções... A magia... Não quero que se acabe. Não este ano, não hoje, nem agora, jamais. Ficarei na esperança. Mais uma vez, deixarei a janela aberta... aguardo dois “presentes” debaixo da cama.

Tenho dominado este desejo que alimentam ensejos para sumir.



RODAPÉ

Adriana Calcanhoto - Lugares Proibidos AO VIVO (Priu que apresentou. AMEI!)

Eu posso dizer tanta coisa, que vou optar por não dizê-las. Só uma ressalva: como somos descartáveis... Como o sentimento alheio é fraco. Se decidir amar, AME DE VERDADE. Seja um parente, um amigo, um romance. AME puramente. Só AME. O que vier de bom depois, é consequencia do sentimento positivo. Acredito MUITO nisso. NÃO DESISTA até desistir (dúbio assim). FELIZ NATAL!

27416 - NOSSA!

Sunday, December 13

Tudo bem, eu não queria fazer isso.

Não sou eu na foto.

Mentira.

Quero dizer, olha só, estou sob efeito de sono acumulado que se faz ausente. Descobri que tenho tendências terríveis a insônia quando estou estressada.

Me enraiveci muito hoje de manhã. A coisa realmente talvez não mereça tanta preocupação, mas agora é tarde. Se fosse tudo, acho que responderia bem, porém, em pouco mais de 4h, fará 24h que não preguei as pestanas. E isto, meus caros, não é sadio.

Na realidade, tenho pensando bastante no que escrever no ALGUMACOISA de ALGUÉM. E quando peguei na caneta verde que outrem me presenteou, rsrs, acabei jogando palavras que não estão num processo de raciocínio dos melhores.

Desejei me dedicar a outro assunto. Complicado... E teria como título: “trégua!”. Não porque preciso descansar, mas porque alguém me tirou daquela maré e já não preciso nadar. Por enquanto, pelo menos.

E gostaria de controlar certas emoções. Me faria bem. Talvez devesse trabalhar nisso quando estivesse num ócio profundo. Posso ficar expert.

Estou com receio de fechar os olhos. Ultimamente, não tenho conseguido sonhos dos melhores – nem dos piores, diga-se de passagem. A verdade é que dezembro está bem atribulado... Estranho, até.

Às vezes me pego pensando no “se fosse diferente, seria perfeito”, ou não querendo que haja mudanças porque a coisa toda perderia no que tem de natural. Engraçado porque eu não acho que sei do que estou falando...

Então estou bufando e vou parar porque o punho cansou.



RODAPÉ

Ah, sei lá. ¬¬'

Não cobrarei, em absoluto.

27119 - OBRIGADA! ;D

Saturday, December 12

O que foi?


Perdeu a graça?

Ontem me sentei na cama... Estava enjoada - jantei omelete fora de hora e tinha lanchado milk-shake. Acho que misturou tudo. Aquela sensação tem-alguma-coisa-errada-no-meu-intestino me deixou impaciente, fiz automedicação.

Xantinon. Mas alguma coisa ficou estranha porque fiquei sentindo o sabor ainda mais enjooso do comprimido. E continuei sentada. Não lembro o que acontece quando me sento na cama... senti frio e me arrepiei inteira.

A espera? O meio termo - nem deitada, nem de pé? Não entendi... Acho que era reação do meu corpo à outra situação qualquer... Quando repousei o que pensava, estava alisando meus cabelos.

Aí lembrei do post do travesseiro... E de como ele marcou a mudança de certas coisas. Não pelo contexto, mas pela maneira como aterrisei tudo no papel. A metáfora era tão clara que merecia outro nome qualquer... Desses que catalogam as coisas...

Escrevi o texto acima, no dia que postei abaixo (10 de dezembro, se é que você me entende). Por alguma mazela do destino, quando copiei e colei, esqueci de rolar o texto e o trecho ficou recluso. Perecebi, dias depois, que faltava alguma coisa... e só entendi o que havia acontecido bem mais tarde. Eis que, passei a vista, e agora gostaria de finalizar de outra maneira.

Porque, na verdade, lembrei de cavalos voadores... Um sol quentinho, um riacho límpido... E não sei bem onde foi que a frase "catalogam as coisas" se traduziu assim. Eu só... gostaria que soubessem.



RODAPÉ

Lara Fabian - Calling You (bem performática!) CONTINUA!

Mais de uma pessoa respondeu, em anônimo, que não desistiu... Ou que desisti primeiro (mais ou menos isso). E eu achei interessante... porque, no mínimo, é alguém (ou alguns) de meu convívio. Gostei. Tenho uma suspeita, nada mais. Ou duas... E seria interessante imaginar tantas outras... Ha-ha.

A confra da Clip TV foi super família. Gostei muito. Amanhã tem a confra do pessoal da universidade. Rsrs! ALI sim vai ser uma resenha das grandes! Ansiosa por encontrá-las, meninas!

Eu tô querendo ganhar o mundo... E tô querendo que o mundo me ganhe. Provavelmente porque não posso fazer nada, nem sair do canto. VAI ENTENDER O SER HUMANO!

Estava escrevendo sobre antropologia cultural e achei um trecho super legal que gostaria de dividir. É singelo, EU JURO. Diz assim: "(...) não basta a natureza criar indivíduos altamente inteligentes, isto ela o faz com frequencia, mas é necessário que coloque ao alcance desses indivíduos o material que o permita exercer a sua criatividade de uma maneira revolucionária". Quem disse foi Roque de Barros Laraia (adorei o sobrenome "Laraia", diga-se de passagem), no livro "Cultura: um conceito antropológico". OBRIGADA a maravilhosa professora que tive na faculdade, rsrsrs, porque me transformou numa pessoa completamente apaixonada pela antropologia.

Sei lá, gente! Eu queria dizer muitas coisas. Durante o dia, penso em diversos assuntos para colocar nesta parte do blog, mas a verdade é que, na hora de passar, esqueço de 99,9%.

Tô com uma BRONCA tamanho de um TREM no Submarino. ¬¬' E tá demorando tanto para resolver, que vou começar a repensar a propaganda que vivo fazendo do site... NÃO TÔ RECOMENDANDO, acredite.

27064 - NUSS! :O

Thursday, December 10

Esse ano foi...


Tenho procurado me compreender, mas ainda não consegui... De entender, já desisti. De conhecer, é inerente. Acho que não sobrevivo a minha ciência quando tenho questões a solucionar. Talvez. Especialmente quando dependem só de mim. Porque dá medo, mas eu sempre acabo fazendo.

Ultimamente não tenho compreendido as pessoas. O que sentem, porquê mentem, o que desejam, o que não dizem, o que pensam. Achei que não questionar era a melhor coisa... Depois, achei que perguntar era uma maneira de se importar... Agora eu mal consigo construir uma pergunta, uma afirmação, uma negação sequer.

Este ano foi relativamente cruel. Janeiro foi o pior mês... e eu sei bem o que aquilo me fez valorizar. Graças a Deus, poucos meses depois, o destino se encarregou de me lançar uma segunda chance... e agarrei até então.

Me desfiz das inquietações, dos empecilhos... Mantive pentelhos-compromissos até o fim, ou quase isso, resgatei amizades praticamente perdidas... Foi muito bom. O ano do amigo, eu diria. Das amizades. Do espaço que me foi cedido para conhecer pessoas.

Acho que poderia continuar divagando... Posso salientar alguns sonhos esquisitos, persistentes. De vida-fora ou morte-dentro... Complexo... Descobertas, aceitações... Pouquíssima leitura, quase nenhum enriquecimento intelectual, no que diz respeito a qualquer tipo de leitura ou aprendizado massante, por interesse.

Ah, e a fotografia. A maldita fotografia! Não porque foi ruim, mas porque foi ousada. Mudou tanta coisa... Mexeu com minha maneira de olhar, de encarar. E sempre está me lapidando, me obrigando a se esforçar, a buscar, arriscar...

Coisas da vida. Antigamente, costumava questionar porque certas coisas me aconteciam... ou porque tantas outras não faziam parte do meu destino... Hoje, tenho considerado a melhor opção, mesmo quando sou capaz de fazer boas perguntas ou filosofar com dignidade (rsrs!), é se deixar viver.

Feliz Natal, pessoal.
E Feliz Ano Novo.

Acho que volto antes do ano que vem.



RODAPÉ

Lara Fabian - Calling You (bem performática!)

Você desistiu de mim?

Assisti UP eee ameeei. Chorei porque ééé lindo! VALE MUITO A PENA. Recomendo! :D

Esse ano eu não vou passar na praia... E achei triste porque gostaria. É sempre muito bom.

Minha dor no estômago é excesso de refrigerante. Uma puta descoberta! Porque eu já vinha reclamando disso há meses e só agora tenho me sentido bem melhor.

Hidratei o cabelo, fiz minhas sobrancelhas, me depilei e cortei o cabelo há poucos dias... Essas bostas... Não achei muito excitante.

Estou me sentindo numa fase relativamente reclusa... Devo ter meus motivos... Que também não vai adiantar descobrir quais são porque não tenho chegado a bons resultados. ¬¬'

Em resumo: não sei o que quero a respeito de qualquer coisa. E não estou desesperada para querer. O que já tenho deve satisfazer, então. oO'

Fui dormir porque alguma coisa me diz que, como sempre, falei demais. ¬¬'

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Thursday, December 3

Dói aqui? E agora?


Me joguei de bruços na cama, como nas últimas noites. Peguei o caderno e usei um grafite que estava jogado na gaveta.

Durante longos minutos, descrevi o que fiz pela tarde. Ressaltei percepções, analisei fatos, questionei circunstâncias... e virei a página.

Terminei apoiando o queixo no travesseiro... E encarei a parede branca... Límpida como o que não sei o que me tornei... "O que está acontecendo, garota?", questionei.

Consegui visualizar um chapéu de caubói, um palito de dente no canto da boca... um andar malicioso e um jeitão de quem toma poucos banhos e tem bafo de cerveja.

Mas era eu... Foi chocante. Que pedaço do que sou virou um brejeiro descuidado?

Pausa. Não soube, não pude e não consegui continuar.

Mais silêncio. E a certeza de que, provavelmente, cedo ou tarde, me esforçaria para descobrir.



RODAPÉ

Calling All Angels - Lenny Kravitz

Ah, sei lá.

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Tuesday, December 1

Viagem-razão


Escrevo porque finjo coragem. Não importa se pareço prepotente, segura, MORDAZ. Me conheço porque não sei quem sou.

Sinto angústia. Esta impaciência. Esta sensibilidade, o olhar, o cuidado gestual. A fraqueza da carne na franqueza do corpo.

Da essência discriminada. O pó invisível. Que respiram, que tossem, se matam, assopram. O descaso fortuito, preciso. Cruel. Selvagem.

Humano? E já perdi tempo querendo voltar de onde vim. Que não é aqui, nem outro lugar. Porque não tem obrigação. E culpa. Ou tempo.

Me leva!



RODAPÉ

Entre Olhares - Ana Carolinha e John Legend (né, Thi? Rsrsrs!)

Fui no salão, hoje. Cortei o cabelo, fiz a barba (rsrsrs!), depilei... Foi um dia relativamente tranquilo. Ontem é que as horas foram poucas!

E fico pensando no porquê de tudo isso... Por que tenho que vivenciar estas coisas? Sofrer desse jeito? Por que não consigo esquecer, me livrar? Quando é que certas coisas vão desamarrar de meus pés? Eu não consigo sair do canto! Me soltaaaaa, ESPERANÇA, me deixa andar! (Chateada com muitas coisas. De verdade. Fiquei MORDAZ.)

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Monday, November 23

Embarque no desembarque


Será que um dia esqueço?
Desencanto, sem rumo, obedeço?

Lembrarás daquele dia?
Assobios, música, sinfonia!

Era noite, estava escuro,
ousei um beijo beijado, astuto.

Incapaz, me questionei quem fui.
Respondi a pedidos: "me seduz!".

Virei pó? Já não sei onde foi que errei.
Me desculpe! Perdão, se te maltratei.

É carinho, lembrança e também amor.
Estupidez e vontade encharcadas pela dor.

E neste canto de encanto,
hoje mora o desencanto.

Foi raiva, tristeza,
restou aspereza.

Teu presente: a liberdade.
Meu acalanto: a saudade.



RODAPÉ

Fields of God - Eva Cassidy.

Que saudade da minha faculdade...

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Thursday, November 19

Tiro ao alvo


Não é bloqueio, é cansaço. Às vezes parece que preciso de mais estupidez, submissão. Uma prioridade volúvel.

QUE-VALORES? Que palavras? Que estória, que fantasia? Que filmes ou literatura? Nada. Ninguém.

Sem diversão ou looping. Ticket singular - um parque - risco de perder a montanha-russa.

Sobe e desce. Risos que se misturam a gritos e pavor. "Eu vou cair, eu vou cair!"

O carrossel azul embalando aquela música... E, apesar de não parecer a melhor opção, ainda é possibilidade.

Cavalos de mentirinha, mesmice inafetada.

Sono.



RODAPÉ

Entre Olhares - Ana Carolina (rsrsrsrs!).

AMO meus amigos. MUITO MESMO!

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Thursday, November 5

Misturando sentidos


Vontade de abraçar um cheiro porque o perfume transcende um campo de flores.

Desejo bis à pequenas manias, verdadeiros espetáculos, como se refazê-las mecanicamente mantivesse a magia do natural.

O charme não está na roupa, é pele. É si.

A companhia é performática: sempre ouço as melhores canções. Como se, de perto, baquetas tocassem tambores.

E aquelas cores, pouquíssimas cores - de fato - tivessem o melhor sabor.

Doce. Muito doce. Porque dá sede.

Exatamente como o olhar. O natural "olhar". A calda de morango do meu soverte de sonho de valsa.



RODAPÉ

Cold Water - Damien Rice (valeu, Rosa!).

"[...]Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.[...]" - Fernando Pessoa

1) Nada a declarar..

2) Mandacaru Foto Clube tem exposição sexta, sábado e domingo (6, 7 e 8/11, respectivamente). Depois de muito trabalho, mais uma exibição dos fotógrafos do clube está na agulha! ;D

3) AMO meus amigos. MUITO.

4) Consegui postar fora de casa! Não que a casa de Letícia também não seja quase minha casa também... HUAHUAHUA, eu só vivo aqui. ¬¬'

26239 (Valeu, gente! De verdade! OBRIGADAÇO!)

Saturday, October 31

S, S, S, SA, SE, SIL, SIM, SIT


SITUAÇÃO. O dicionário justifica: "posição, disposição recíproca das diferentes partes de um todo; fase governamental ou ministerial; o governo, relativamente à atualidade ou a uma época; estado ou condição; ocorrência".

Me cansei
de cansar,
de errar,
acertar.

De falar,
pouco agir,
não agir
ou agir.

De lutar,
fracassar,
de mudar,
de tentar.

De sonhar,
desejar,
de querer
e não ter.

De brincar,
de brincar,
de... brincar...
de... brinc... ah.



RODAPÉ

Ahmmm... Almost Martyrs - The Life od David Gale Soundtrack (é linda. Tristemente linda!)

1) Conquistar alguém por uma noite, por um momento, é muuuito fácil. Seduzir alguém, o mesmo quem, todo dia, é uma arte, uma virtude... que nasci sem.

26092 (A idéia me chutou a bunda...)

Thursday, October 22

Ameaça terrorista


"Não sei até onde seria alívio, até onde seria dor...", e assim terminei um texto do meu diário real. Depois, imaginei a condição enferma, descansei o braço sobre o caderno e afoguei o rosto nos travesseiros.

Queria ficar mais tempo... Não doía meu nariz... Entretanto, dificultava minha respiração. Levantei a face amassada... A franja fazia cócegas em meus olhos... E foi agradável, até lembrar que tinha uma caneta entre meus dedos.

Li o título outra vez e escrevi o que deveria: "É como uma bomba nuclear. [Tic, tac, tic, tac.] Talvez uma catástrofe da natureza. [Tic, tac, tic, tac.] Protestos infames. [Tic, tac, tic, tac.] Corrupção no governo brasileiro. [Tic, tac, tic, tac.]"

A gente não sabe como, nem quando, onde ou porquê, exceto, que acontecerá. Algum dia, cedo ou tarde. Ainda que não seja louvável. Não agora... ou jamais.

"A morte. [Tic, tac, tic, tac.] O - triste - fim. [Tic, tac, tic... TAC... T...]"

Tuesday, October 13

Viagem no trem-fantasma

Quatro noites atrás, não lembro o que estava pensando quando fui dormir. Também não posso dar certeza deste "desprendimento" corporal, mas aquela sensação medonha e esquisita voltou.

(E é até estranho imaginar que a única certeza que temos é de que a morte chega para todos... E mesmo assim, entraríamos no mérito de outra discussão, e não é sobre isso que estou querendo falar.)

Era uma sociedade abandonada, um submundo. E lembro do céu, mas, ao mesmo tempo, é como se não conseguisse recordá-lo porque o tempo quase não tinha contraste entre as cores.

Se havia qualquer horizonte, seria impossível descobrir onde o céu e o mar se distinguiam. Na realidade, parecia que aquele momento estava parado. Apesar do caos, ninguém mais sabia dela.

Eram soldados. Uma rebelião com armas de fogo ultrapassadas e pedregulhos enormes lançados pelos prisioneiros que, provavelmente, lutavam por uma causa infundada. E não consigo lembrar porque estava ali!

Havia um muro em ruínas, uma poeira cegante, jorros de pedras de todos os tamanhos, gritos reinvidicadores e sofredores revoltosos. Uma elite desorganizada, cruel. Que atearia fogo se tivesse condições.

"Me tira daqui! Quero voltar! Quero voltaaar!" E aquele peso da vida continuava dizendo que não era hora, que não era hora, que não - era - hora! Gemi assustada: "socorrooo! Socorrooo! Acordaaa! Acordaaa!"

No quarto azul, meus olhos estavam úmidos, meu corpo tensionou, me senti sozinha, friamente analisada. Debilmente evoluída, assustadoramente cansada e suficientemente sonolenta para não questionar e voltar a dormir.



(Agora?) The Portrait - James Horner (peeerfeeeita! E lembro que foi em "Titanic" que descobri como gostava de trilha sonora.)

Tuesday, October 6

Orgasmo escrítico

Lita, me dá o pó de tua droga! Teu cheiro, o meu vício! Anda! Se joga neste corpo seduzido!

Despida, tomo aquele banho morno, de chocolate, em silêncio. Acendo uma vela com fogo onomatopéico.

Te paquero lançando olhares confiantes. Te pego. Te atravesso em meus lábios, te mordo, machuco, te chupo.

Desenho idéias, círculos, letras. Arranho, te marco. Chega mais perto que tudo é possível.

Me lambuzo, te amarro, deslizo. Babo, suspiro, admiro e vôo.

Puxa meu cabelo, beija minha nuca, esquenta, excita, acompanha! Me cansa! Não para! Não para! Não para!

Texto.



Agora já dá para saber porque é que eu gosto tanto de escrever! É sempre assim! ;)



(Agora?) Rosie's Lullaby - Norah Jones

Wednesday, September 16

Quando fico assim,


me imagino no quintal, nos fundos daquela casa antiga. A residência é desimportante porque o foco está do lado de fora, ainda que dentro (se é que você me entende).

Encontro tijolos... Alguns inteiros, outros nem tanto. E lá está a meta: um muro, a parede que delimita essa moradia em que me encontro.

Começo a gritar. Muito. Cuspo a maior raiva, no melhor grito. Minha cabeça vermelha, placas róseas se espalhando pelo tórax, braços terrivelmente rígidos.

Respiro menos do que deveria e volto a gritar. Muito mais. As veias do meu pescoço estão largas e salientes - você poderia jurar que enormes serpentes estão explorando o meu corpo por dentro.

Então, cansada, depois de ter expulsado todos os pássaros da floresta próxima, no meio do silêncio inafetado, lanço esses mesmos tijolos na parede. Com toda minha força.

E não faço questão de machucar o muro. E nem de me ferir com pedaços espatifados - porque é tudo que desejo. Que ceguem meus olhos, rasguem meu corpo, ensanguentem, aliviem essa puta agonia que me tem sido viver.

E não somente,
mas plenamente.

Monday, September 7

Antes


Quando paro e penso no passado, acho que cresci rápido demais. Ou, na pior das hipóteses, não cresci, o tempo é que se esvaiu depressa.

Parece que não brinquei de bonecas o tempo suficiente. Nem joguei queimado ou andei de bicicleta com a frequência que merecia.

Dizem que as horas, os dias e os anos podem ser amigos e inimigos, dependendo unicamente da situação em que nos encontramos.

Pouquíssimas vezes consigo enchergá-lo como mocinho. Na hora da saudade, especialmente, ele é muito gostoso e minha mente se perde no que foi bom.

E vilão, ah, maldito, sempre o é. Quando preciso encarar 24 anos de idade, as responsabilidades que a fase me traz, os planos desencaminhados...

Eu não acho justo ver a vida que não vivi sendo jogada para trás, sem recuperação. Porque não posso arquivar o tempo perdido para utilizá-lo mais tarde?

Nunca fui rebelde, abracei inúmeras causas infundadas, chorei pela pouca experiência diversas vezes, acreditei no "para sempre" debilmente...

Beijei quem não deveria, entreguei meu amor completo para uma ilusão, me transformei numa profissional frustrada.

Fui desviada várias vezes do trilho de meu trem. Meu sonho maior requer o que menos tenho, a paciência, e todo o resto se mantém estático.

De propósito porque não controlo. E descarrego adrenalina dentro do tédio e essa mesma calmaria não me deixa gritar ou dançar.

Quando foi que a música parou?

(E depois? Que depois? É agora! E não tenho tempo para essa baboseira de quem fala demais e faz de menos. ESTOU VIVENDO, DEIXA RECADO - respondo quando puder!)