Tuesday, October 20

Aprendendo a me virar e lidar com fobias e medos


Saiu mais ummm! ÊÊÊ!

Como é que vocês, estão?

Desculpem a demora, andei ocupada, com bastante coisa para estudar, apresentação marcada e muitos detalhes para organizar.

Estou amando o curso, mas agora, muito mais preocupada com um problema que achei que seria mais fácil de resolver: revalidação do diploma.

É claro que, só vamos saber, de fato, até onde tudo isso irá, metendo a cara e sofrendo o processo de revalidação. Entretanto, estou sendo orientada por um professor no Brasil a aproveitar a experiência apenas como parte do processo que é desfrutar de um estudo fora, sem pretensão de ter diploma de mestre fora do país com validade.

Minha cabeça está bem confusa porque são muitas coisas em jogo, sendo o mais importante, o desejo de ensinar em cursos de graduação e voltar às salas de aula. Não é um curso que me dará retorno imediato, como seria o caso de um mestrado no país.

Além disso, estou trabalhando meus maiores medos, sofrendo com esta possível infestação de lacraias no apartamento onde moro. Tenho fobia de inseto e o assunto está me consumindo por inteira. A última deixou uma marquinha no meu travesseiro e isto passou a me preocupar imensamente. Já estou correndo atrás da imobiliária, afinal, acho que sou a única realmente preocupada com isto, até porque apareceu no meu quarto, não no quarto dos meus colegas, então... a preocupação parece não atingir os outros. Se estou incomodada, devo procurar uma forma de resolver e estou, no momento, dedicada a isto.

No mais, a revalidação e possíveis propostas no Brasil estão me deixando confusa e há uma possibilidade SIM de abandonar o curso e voltar para um mestrado nacional!

Quem souber de alguma coisa e puder me orientar, seja sobre lacraias ou revalidação, deixa recado nos comentários que entro em contato!

Agradeço o retorno maravilhoso de vocêse peço que sugiram novos temas para os vídeos do canal.

:*

Friday, July 31

É proibido sofrer!


Entrei numa fase da minha vida onde tudo coopera em prol de coisas... "significativas". Alcancei uma fase mental, onde observo... questiono... filosofo... E, sentindo que foi especial, arquivo e aplico instantaneamente como resultado de algo muito bom, ou muito ruim, que realizei há poucos (ou muitos) meses atrás.

Eu não sei até onde fui realmente clara no parágrafo superior... Também não tenho certeza sobre essa história de... "falar objetivamente". Não tenho intenção de ser lida, interpretada. Quero apenas deixar registrado que percebi.

Percebo.

As comemorações, os agradecimentos, as datas especiais... os discursos, a conspiração do mundo, as incertezas à meio caminho do fim, os detalhes! Nada está em vão. Quem torce, aprova; E quem some. O necessário x a segurança.

Tantas coisas por vir...

Eu volto... aqui.

Tuesday, June 23

James Horner

Gente, acordei com uma triste notícia: James Horner faleceu num acidente de avião.

Ahm, nunca achei que fosse me emocionar de verdade com alguma destas pessoas famosas, mas ele tem um papel importante no desenrolar de muitas coisas em minha vida.

Na realidade, tudo que envolva Titanic, me dá forte apreço. E não tem nada a ver com achar que, em outra encarnação, estive naquele navio (rsrs!), mas porque foi depois que assisti ao filme que muita coisa começou a mudar de verdade.

Detalhes pirados à parte, a primeira coisa que chamou a minha atenção na história, foi Rose e Jack e todo aquele amor que qualquer um conhece. Depois, a trilha sonora. Até lá, se gostava de soundtrack, não me recordo. Então, foi depois de ganhar o CD com muitas das músicas de Titanic, que descobri que realmente era apaixonada por trilhas sonoras. Devo tudo a James Horner quando escreveu Rose.


Foi, inclusive, ouvindo a trilha sonora de Titanic que descobri meu eterno amor pela escrita, pelo cinema, por outras línguas. Ele também faz parte das poucas coisas que transformaram a cabecinha desta criaturinha aqui, abrindo minha janela para um mundo muito mais divertido, simpático, e por quê não?, possível.

É muito triste imaginar que a parceria James-James (Cameron e Horner) não existe mais. Torço que músicas jamais utilizadas apareçam para diminuir esta angústia tão repentina. No mais, acalma imaginar que ele também deu música a minha vida e tantos personagens significativos.


Vai fazer muita falta, James Horner.

Obrigada por tudo.

Monday, June 1

Viajar para a Europa: Passo a passo

Os brasileiros estão alcançando outros continentes com muita facilidade. O mundo ficou pequenininho! Pensando nisso, resolvi trazer este antigo post com informações atualizadas. Bom deleito!



Bom, gente, é o seguinte: de vez em quando aparece alguém perguntando sobre minhas viagens. Querendo, entre outras coisas, saber o que é necessário para embarcar sem dores de cabeça. Mas a verdade é que não tem muito mistério. Já resolvi tudo em menos de 1 mês duas vezes e deu tudo certo no fim das contas.

1) Passaporte. Se não tirou, você não tem identidade internacional. Onde resolver? Primeiro você precisa acessar o site da Polícia Federal para marcar um horário e se apresentar com a documentação necessária (portanto, é importante ler tudo e estar com a papelada certinha antes de ser chamado!). http://www.dpf.gov.br/servicos/passaporte/requerer-passaporte

Atenção: se planeja ficar até 90 dias para as bandas de lá, você não precisa de visto, entretanto, precisará de outras coisas. Vejamos:

2.1) Você tem dois caminhos: vai para ficar na casa de alguém ou vai para ficar em algum hotel/albergue? Se você pretende ficar na casa de alguém, você vai precisar de tempo e paciência. Isso porque, para estrangeiros que vão ficar com residentes, é necessário que esse alguém envie para você através do correio, a cópia original de uma Carta Convite. A "Carta Convite", por sua vez, é um documento que a pessoa que está cedendo a casa para você precisa retirar na prefeitura (sim, é bem chatinho esse processo). E não adianta xerox e nem imagem escaneada, eles só aceitam a original.

Atenção 2: para as duas opções, leve a impressão da passagem de volta.

2.2) Se você pretende ficar em hotel/albergue, o negócio facilita e complica, vou explicar: você vai precisar levar impressa a reserva desse hotel. Dica: se planeja mochilar e não sabe onde vai dormir direito, leve uma lista impressa de albergues possíveis para comprovar que você realmente não vai dormir na rua e tentar viver da prostituição. (É sério! ¬¬')

3) Se você vai ficar na casa de alguém, você precisa levar em dinheiro, em espécie, o equivalente a 30 Euros vezes a quantidade de dias que pretende ficar por lá. Por exemplo: se vai passar 7 dias na Europa, então, leve 30 Euros x 7 = 210,00 Euros. Se você vai ficar em albergue/hotel, esse valor aumenta, apesar de você não precisar se preocupar com a Carta Convite. Você vai precisar levar, em espécie, 60 Euros vezes a quantidade de dias que pretende mochilar.

4) Você também vai precisar tirar o Seguro Saúde. Confesso que estava desesperada quando tive que fazer isso, morrendo de medo de ser roubada, enganada. Foi quando procurei a STB e resolvi tudinho sem maiores preocupações (recomendo muuuito!). Usei o seguro da Isis e foi tranquilo! Ah, sim, leve em consideração que o valor aumenta dependendo da quantidade de dias. Ainda na STB, tirei minha carteira de estudante internacional e uma carteirinha internacional de albergue que dá descontos vez ou outra porque eu paguei mais barato quando me hospedei na Alemanha. http://www.stb.com.br/

Atenção 3: A carteira de estudante internacional, quando é de brasileiros não funciona para o Museé du Louvre (não sei direito o motivo!). Então, quando estiver comprando o ingresso na bilheteria do museu, já sabe. Quanto a ter pago para entrar, o que tenho para dizer é que VALE MUITO MAIS DO QUE 19,00 Euros! E tire o dia inteiro para ficar no Louvre se deseja conhecer uma parte significativa, porque aquele negócio ali é maior por dentro, do que se vê por fora! Meu tendão de Aquiles inchou!

5) Comprando as passagens: Dois anos seguidos, comprei pela STB. Da última vez, fiz o processo direto pelo site da TAP e não me arrependo. Sairá mais barato, tem na língua portuguesa e sem mistérios. Da primeira vez, Tivemos um problema com o cartão porque a taxa de embarque veio nas outras parcelas, mas, tirando isso, a empresa é ótima, não tenho do que reclamar. Travesseiro, cobertor, várias opções de filmes, boa refeição... Foi tranquilo.

Atenção 4: Você vai tirar uma foto para seu passaporte quando visitar a Polícia Federal, então, dê um grau no visual. É seu cartão postal fora do país. Você não vai querer ser mandado de volta porque parece o Bin Laden. Convenhamos!

Minha experiência nos interrogatórios foi meio tensa, mas depois de ter ido outras vezes, cheguei a conclusão de que estão ali para intimidar mesmo. Então, conselho de quem nunca foi barrada: seja simpático e não leia muito sobre o que dizem a respeito disso. Você vai ficar amedrontado. Eu nunca cheguei a mostrar tudo que precisava. Responda o que te perguntarem pronto. O passaporte sempre foi suficiente, inclusive na Inglaterra, onde me fizeram uma bateria de perguntas.

Qualquer dúvida, comentem! Volto para responder. ;)

Friday, May 29

Como escolher um modelo de óculos?


Estou neste dilema, mas o motivo é muito positivo. Minha história começa presa a outra (meio nada a ver) que influenciou bastante em todo o resto: anticoncepcionais e enxaquecas. Entretanto, vou dar espaço para as pílulas em outro post. Resumindo: resolvi fazer vários exames e descobri, inclusive, que meu grau de miopia havia regredido. Meus óculos antigo até serviriam, se não fosse por este fucking arranhão bem no meio da lente esquerda.

Como tenho esta mania exageradamente metódica, resolvi pesquisar sobre modelos de óculos em determinados tipos de rostos e acabei descobrindo muita coisa curiosa. Por exemplo: você sabia que rostos mais redondos devem procurar os óculos mais quadradinhos e vice-versa? A explicação está no equilíbrio. Acho que tenho o rosto oval-arredondado, então, fiz uns testes aqui e notei a diferença.


Na realidade, o que deve ser levado em consideração é, primeiramente, o seu tipo de rosto, então, um modelo que se adapte a seu gosto (acrescente neste ponto o material, a cor  e até a marca). A moda não necessariamente esta presa a um determinado modelo (lembre-se disso!).

Mais:
1. Sua pupila deve estar centrada na armação;

2. Não deixe o apoio do nariz marcar a sua pele.

3. As sobrancelhas normalmente acompanham  o formato do modelo perfeito;

4. Não deixe seu óculos pressionar suas têmporas.

5. Quando as sobrancelhas são encobertas pela armação, você fica com uma expressão muito pesada. É bom evitar.

6. Se tiver franja, não deixe que sua armação atrapalhe a liberdade dela.

Se você não está planejando usar óculos de grau, mas está afim de comprar óculos escuros, a regra também se aplica. Lembre-se que o ideal é casar objetos com seu tipo de rosto, portanto, para rostos quadradinhos, nada de "combinar" com óculos quadrados! Veja as outras opções:


Para finalizar, vamos ver alguns modelos em famosos que acertaram na escolha.


PS: É importante evitar óculos escuros baratos, como estes que são vendidos na praia. As lentes sofrem alterações pela falta de qualidade e todo o processo influencia em sua vista. Não confie neles.

Thursday, May 28

Voltei, caraaaaaaaaaamba!


Preciso de muito jogo de cintura para escrever este post...

Então, gente... Quanta confusão! Nos últimos anos, o Espelho Inverso ficou uma droga. Acho muito deprimente comentar sobre isto, inclusive. Lembro de ter sido muito lida anos atrás, de ter feito vários colegas blogueiros... Então, entrei numa espécie de conflito a respeito das coisas que escrevia, do potencial delas na vida das outras pessoas.

Tentei parcerias, novas propostas, novos nomes (e foram vááários), montei uma infinidade de layouts diferentes, me preocupei demais com as pessoas que estariam lendo e acho que acabei esquecendo do principal: do que realmente gosto de fazer, dizer e mostrar.

A verdade é que não quero sair deste domínio. E não quero apagar meio mundo de coisas já ditas. E antes que me perguntem a respeito, todas as vezes em que comecei a fazer um novo blog, abandei este e o que havia criado. Quebrava muito a minha cabeça e, depois de pronto, achava que não precisava criar nada do zero. Eu gosto daqui, caramba! 

Não vou fazer promessas. Este blog é um diário virtual. Tentarei colocar mais das coisas bacanas que encontro por aí, mas, FIQUEM AVISADOS que, algumas vezes, vai servir de saco de pancadas, porque a gente tem dessas coisas na vida.

Então, sem muitas regras, sem planejamento (cansei de tantos que não funcionaram), cá estou.

Abração.

Friday, January 9

Já foi tarde, 2014!

Quem também ficou com aquela sensação estranha de quem conseguiu realizar tudo que estava planejado para 2014, e, mesmo assim, não curtiu o resultado? 


No final do ano, já estava angustiada, desejando que fosse logo embora. O suficiente para não sentir qualquer empolgação com a virada para 2015. Para não dizer que tudo veio com o apreciar de ondas nada suaves enquanto bebericava de alguma bebida muito azeda, até maio, parecia estar tudo bem.

Maio antecipou aquela brincadeirinha do balde de água gelada e não teve qualquer finalidade positiva. Não para mim. Hoje sofro com pesadelos macabros de muitas insinuações desmedidas, que me ajudam a trazer questões sobre "valer a pena", especialmente quando são todas postas em xeque e jogadas sobre a mesa.

Se nos meses seguintes, insisti na bebida azeda, hoje, apesar de não tomar, ainda estou em algum lugar, jogando a maioria dos drinks no ralo, achando que todos terão o mesmo sabor desagradável. Já diria um daqueles ditados idiotas que a gente encontra até pelo Facebook: "Posso até perdoar, mas não tenho amnésia". Andei fazendo uma limpeza na vida e estou evitando gente tóxica. 

Comecei 2015 com pouca fé nas pessoas. Comecei um ano sem pulos e festejos. E analisando as consequências... penso nas causas. E não encontro muitas feridas. Então paro de analisar, porque é como se fosse muito óbvio as decisões a tomar. Então os dias vão passando... E eu vou rezando por um suco doce sem decisões bruscas... e uma praia de ondas calmas... em boa companhia.

Tuesday, December 2

Pontualidade na entrega Dafiti e qualidade Cravo e Canela


Já que tem uma quantidade grande de pessoas insatisfeitas com uma infinidade de compras online realizadas na Black Friday: gostaria de falar sobre a Dafiti (www.dafiti.com.br). Para quem ainda não conhece, o Dafiti é um site que vende tudo relacionado à moda - sapatos, roupas, acessórios e bolsas. O melhor deles, na minha opinião, é a facilidade com que trabalham (e divulgam) a troca de produtos que não ficaram legais no corpo e a incrível, invencível, eficiência na entrega.

O limite é sempre muito alto. Gira em torno de 7 a 9 dias para meu estado, mas nunca ultrapassam 4 dias até obter a desejada compra em mãos. É de muita segurança e sempre estou muito satisfeita com a qualidade não só do que vendem, como do cuidado com a entrega.

Agora vem a melhor parte: numa de suas divulgações, há muitas semanas, coisa de 4 ou 5 meses, me deparei com uma bota linda, da marca Cravo e Canela. Andei fuçando o mesmo site de vendas e vi que a parceira é boa, a quantidade de produtos à venda é interessante e faz o meu perfil.

Infelizmente, não tenho dos mais tradicionais tamanhos de pés femininos, então, depois de muitas semanas aguardando o meu tamanho se tornar disponível, esqueci e desisti. Mas sim, era a bota dos meus sonhos, coisa que raramente me apego...

Na noite da Black Friday, fuçando algumas coisas, eis que a bendita me aparece disponível! Infelizmente, não estava com desconto. Mas, convenhamos, para quem já havia esperado tantos meses, o desconto era tê-la disponível depois de tanto tempo! *-*

Depois de abrir a caixa e ter o quarto invadido por um delicioso aroma (pasmem-se) de cravo e canela, namorei a lindeza da bota por alguns minutos antes de pegar um par de meias e enfiar nos pés - que deslizaram para dentro do calçado sem dificuldade.

Uma das minhas preocupações quando a comprei era o receio de que fosse desconfortável ou difícil de calçar. A primeira etapa já estava concluída, faltava caminhar pela casa e testar o conforto... E que conforto! Senti peninha por não morar numa cidade mais fresca para desfrutar mais vezes desta belezura. É realmente encantadora. Olha a cara da felicidade!




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Wednesday, November 19

Noites em claro


Hoje, depois de muito saltar entre os assuntos, acho que vou optar pelas noites em claro. A primeira vez que lembro de ter visto o dia nascer, porque ainda estava acordada, foi aos cinco anos. Se já havia acontecido antes, mais uma vez, não me recordo.

Aquele dia, em especial, fora o aniversário de 15 anos da minha irmã. Festança! Coisa que nunca tive, por sinal. Minhas festas de aniversário sempre se resumiam a bolos, comes, bebes e um vestido pomposo que minha mãe me fazia vestir. Felizmente, morava num condomínio cheio de crianças remelentas, então, era o momento de ganhar presentinhos dos anos 80 ou 90 e ser paparicada.

Mas, minhas festas à parte, porque não é delas que vamos falar, voltemos às noites em claro: Então... A primeira noite que lembro de ter visto, não exatamente o sol nascer, mas o céu voltar a ficar azul-claro e ver as estrelas desaparecer, eu tinha 5 anos e havia virado a noite num clube, comemorando uma puta festa de 15 anos da minha irmã mais velha.

Lembro que fiquei um pouco eufórica: “Então é assim que o dia volta a ser manhã?!” Os passarinhos cantavam não sei onde, um ventinho gélido soprava, a maioria das mulheres já haviam tirado os saltos, as maquiagens estavam destruídas, os olhos vermelhos, crianças dormiam nos colos dos pais, fim de festa. E eu? Eu estava numa destas cadeiras de ferro desmontáveis... admirando o céu azular.

Outras vezes aconteceram. Especialmente quando fiquei adolescente, com a chegada da maldita internet discada. Mas a primeira vez foi especial. Garanto que meio mundo não lembra da primeira vez que viu o dia nascer. Eu lembro. Se não foi a primeira, marcou para se tornar. Mágica!

Praia! Dias em que minha mãe prometia praia ou piscina eram uma desgraça nas minhas noites de sono. Normalmente passava a noite em claro, não conseguia dormir. Não sabia , mas já mostrava fortes sinais de ansiedade na flor da infância. Deitava querendo que o dia amanhecesse. Queria pular todas as etapas, queria não precisar vestir o biquine ou tomar café da manhã. Queria não precisar entrar no carro e chegar ao clube. Queria muito menos ter que aguardar a noite passar. Isso tudo demorava muito! Queria estar na água, mergulhando e saltando com minha linda bóia do Tio Patinhas!

Ah, infância querida, tenho muitas saudades de você. De quando não precisava perder a noite de sono preocupada com a saúde de algum parente. Com a possibilidade de perder o emprego ou de me tornar estável e jamais crescer profissionalmente. De não alcançar os meus sonhos.

Quando era pequena, estava ansiosa porque queria me divertir, porque desejava aproveitar um dia inteirinho levando sol e sombra do final de semana. Estava rodeada de pessoas que cuidavam de mim, que me protegiam e perguntavam se estava com fome, com sede... e me divertiam com o que quer que desejasse brincar.

Na hora do almoço, desciamos por uma longa escadaria irregular de cimento no meio  das árvores para o restaurante. Apesar do sol perto do meio-dia, o ambiente era muito fresco e meus primos perdiam horas catando os tamarindos mais amarelos. Minha irmã costumava provar diversos e me dar pedaços dos mais doces.

Alguns trechos desta mesma escadaria tinham um corrimão por onde costumava girar até ficar mais velha e não caber. Sinto falta disso. Sinto muita falta disso. Eram meus dias perfeitos, que saudades! Como gostaria de voltar no tempo.

Ficava muito chateada quando precisava cochilar depois do almoço. Odiava aquilo. Me levavam para um bercário idiota, me apagavam não sei como e ainda me punham num berço quando, em casa, eu dormia na cama da minha mãe! Quanta bobagem! Eu não precisava dormir!

Só quando realmente fiquei mais velhinha é que me livraram deste tormento. Mas, convenhamos, para alguém que passava a noite em claro, um cochilo para recuperar as energias não parecia má ideia. Não lembro de resmungar muito tempo. Acho que apagava antes da hora. Hahaha... E pouco tempo depois, estava enfiada no biquine, tomando mais banho de piscina.

Depois do almoço, quase todos os primos tiravam um cochilo ou evitavam a piscina. Havia um salão de jogos onde os mais velhos costumavam brincar de totó ou assistir tv. Lembro de sofás e um aquário com cágados, mas não são imagens muito claras na minha mente.

Algumas situações da minha infância acabam com um bom registro. Quando chegava ao clube, sempre, seeempre precisávamos nos trocar nos banheiros de azulejos azul. Eu lembro deles muito bem porque eles davam para uma área aberta não muito longe da piscina e o sol era muito forte. Dentro do banheiro, por outro lado, os azulejos refletiam uma espécie de azul e toda a área era bem mais escura. Entrar com as pupilas miúdas era um desafio. Sair com as pupilas dilatadas, outro. Lembro muito perfeitamente deste incômodo nos olhos todas as vezes em que precisava atravessar a porta do banheiro, fosse entrando ou saindo.

Depois, excitação. Lembro de estar trêmula, muito trêmula, querendo alcançar apenas o chuveiro branco para as piscinas. O chuveiro ficava depois de um pequeno labirinto de grades brancas. Às vezes as grades estavam descascando um pouco, com ferrugem, mas no geral, muito conservadas. Eu me molhava muito mal, quase sem conter as pernas tremelicando de ansiedade, querendo a piscina.

Do lado direito, brilhava a piscina pequena, me chamando até meus 5 anos de idade. Depois, a maior ficou mais atraente. Naquele tempo, se alguém me mostrasse um caminhão de dinheiro e a piscina daquele clube brilhando no sol de sempre... Não era algo negociável. Pulava como uma rã, de pernas e braços abertos, ouvindo aquele “blurrr” por afundar... Depois esperava a minha bóia do Tio Patinhas me erguer à superficie... então me acalmava aos poucos... e curtia o resto do dia do jeito que já contei.

Lembro muito pouco da minha mãe nestes eventos. Ela costumava participar melhor dos passeios à praia. Passar à noite em claro era de praxe. Neste caso, já vestia o meu biquine porque na praia não tinha como fazer isso.

No caminho até o destino, o toca fita do fusca rodava sempre as mesmas músicas da Maria Bethânia e “Mel” é uma das minhas preferidas até hoje por causa das ótimas recordações. Na praia, havia um enorme desafio: alcançar o mar e pular o sargaço. Odiava aquilo. Sempre tinha que passar correndo e não gostava nem um pouco da sensação de pisar em coisas que não sabia direito o que eram. Vai que tinha algum carangueijo ou água-viva?! Morria de medo.

Apesar disso, não deixava de curtir o mar por causa do incômodo. Na hora do almoço, comia sempre as porcarias que gostava: agulhinha frita, batatas fritas, refrigerante, picolé. Sujar a roupa não era uma preocupação, mas passar o protetor solar era uma coisa chata e, naquele tempo, fedorento/desagradável.

Tempos à parte, não trocaria o toca-fita pelo mp3,  a agulha frita pelo sushi, o picolé pelo sorvete de marca ou o biquine da feira por um pedaço de pano comprado em site. Não que já não faça isso hoje em dia. Faço. Cresci. Não estamos nos anos 80 ou 90. Mas voltaria para viver tudo de novo.
Nem de brincadeira é possível dizer que uma criança dessas não teve uma boa infância.

Monday, November 17

Maze Runner - Correr ou Morrer

(The Maze Runner, Wes Ball, EUA, 2014)


Eu acho que não sou exatamente a pessoa melhor colocada para falar do filme Maze Runner, já que não li o livro, mas vou falar do que achei da obra fílmica enquanto filme por si só, ok?

Eu achei uma história fraca, sem pé nem cabeça, tentando imitar muito feio o sucesso de Jogos Vorazes. Um bando de adolescentes sem memória, presos no meio de um labirinto perigoso que se abre toda manhã para ser explorado, porém, à noite, se você estiver do lado de lá quando os portões se fecham, você não volta para contar a história.

A ideia é interessante. Dizer que não curti, também é exagero. Não está muito longe daquele perfil das sociedades que você também encontra em Divergente. Ou da revolta disso. Um lembra o outro. O perfil deles é bem semelhante.

Eu só achei que (mais uma vez, minhas conclusões são baseadas no filme, eu não li o livro) a história parece percorrer uma linha que ainda não tem ideia do desfecho, como Lost. E seu grande perigo é se perder, como também aconteceu com Lost numa quantia absurda de questões que nunca foram respondidas.

As justificativas não são boas, apesar de ter uma história interessante. O que parece é que alguém filmou ou escreveu no calor das ideias, invés de sentar, pensar, responder às várias questões que envolvem a trama para, enfim, dar seguimento.

Vou tentar exemplificar. Vamos imaginar o roteirista/autor pensando: "No primeiro livro, eles só lembram do nome deles. Estão presos há 3 anos. Vão achar que estão livres, mas serão enganados pelas próprias pessoas que os mantiveram presos. (Vamos supor que a criadora da história pensou nisso. Então ela debilmente segue:) Daí, preciso de uma justificativa para enrolar os garotos... [Três segundos depois...] OK, já sei! Eureka! O sol esquentou demais, vai ter uma sala, um vídeo onde os meninos vão parar quando saírem do labirinto, um suicídio fingido, pessoas carregando eles para longe, blá blá blá..."

Gente. É sério, isso? Ninguém aí ficou com a sensação de estar vendo um filminho com justificativa de autor preguiçoso?

Vamos ter que aguardar os próximos? Talvez? Bem, ok.

Veja o trailer:


E outras imagens: