Tuesday, December 2

Pontualidade na entrega Dafiti e qualidade Cravo e Canela


Já que tem uma quantidade grande de pessoas insatisfeitas com uma infinidade de compras online realizadas na Black Friday: gostaria de falar sobre a Dafiti (www.dafiti.com.br). Para quem ainda não conhece, o Dafiti é um site que vende tudo relacionado à moda - sapatos, roupas, acessórios e bolsas. O melhor deles, na minha opinião, é a facilidade com que trabalham (e divulgam) a troca de produtos que não ficaram legais no corpo e a incrível, invencível, eficiência na entrega.

O limite é sempre muito alto. Gira em torno de 7 a 9 dias para meu estado, mas nunca ultrapassam 4 dias até obter a desejada compra em mãos. É de muita segurança e sempre estou muito satisfeita com a qualidade não só do que vendem, como do cuidado com a entrega.

Agora vem a melhor parte: numa de suas divulgações, há muitas semanas, coisa de 4 ou 5 meses, me deparei com uma bota linda, da marca Cravo e Canela. Andei fuçando o mesmo site de vendas e vi que a parceira é boa, a quantidade de produtos à venda é interessante e faz o meu perfil.

Infelizmente, não tenho dos mais tradicionais tamanhos de pés femininos, então, depois de muitas semanas aguardando o meu tamanho se tornar disponível, esqueci e desisti. Mas sim, era a bota dos meus sonhos, coisa que raramente me apego...

Na noite da Black Friday, fuçando algumas coisas, eis que a bendita me aparece disponível! Infelizmente, não estava com desconto. Mas, convenhamos, para quem já havia esperado tantos meses, o desconto era tê-la disponível depois de tanto tempo! *-*

Depois de abrir a caixa e ter o quarto invadido por um delicioso aroma (pasmem-se) de cravo e canela, namorei a lindeza da bota por alguns minutos antes de pegar um par de meias e enfiar nos pés - que deslizaram para dentro do calçado sem dificuldade.

Uma das minhas preocupações quando a comprei era o receio de que fosse desconfortável ou difícil de calçar. A primeira etapa já estava concluída, faltava caminhar pela casa e testar o conforto... E que conforto! Senti peninha por não morar numa cidade mais fresca para desfrutar mais vezes desta belezura. É realmente encantadora. Olha a cara da felicidade!




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Wednesday, November 19

Noites em claro


Hoje, depois de muito saltar entre os assuntos, acho que vou optar pelas noites em claro. A primeira vez que lembro de ter visto o dia nascer, porque ainda estava acordada, foi aos cinco anos. Se já havia acontecido antes, mais uma vez, não me recordo.

Aquele dia, em especial, fora o aniversário de 15 anos da minha irmã. Festança! Coisa que nunca tive, por sinal. Minhas festas de aniversário sempre se resumiam a bolos, comes, bebes e um vestido pomposo que minha mãe me fazia vestir. Felizmente, morava num condomínio cheio de crianças remelentas, então, era o momento de ganhar presentinhos dos anos 80 ou 90 e ser paparicada.

Mas, minhas festas à parte, porque não é delas que vamos falar, voltemos às noites em claro: Então... A primeira noite que lembro de ter visto, não exatamente o sol nascer, mas o céu voltar a ficar azul-claro e ver as estrelas desaparecer, eu tinha 5 anos e havia virado a noite num clube, comemorando uma puta festa de 15 anos da minha irmã mais velha.

Lembro que fiquei um pouco eufórica: “Então é assim que o dia volta a ser manhã?!” Os passarinhos cantavam não sei onde, um ventinho gélido soprava, a maioria das mulheres já haviam tirado os saltos, as maquiagens estavam destruídas, os olhos vermelhos, crianças dormiam nos colos dos pais, fim de festa. E eu? Eu estava numa destas cadeiras de ferro desmontáveis... admirando o céu azular.

Outras vezes aconteceram. Especialmente quando fiquei adolescente, com a chegada da maldita internet discada. Mas a primeira vez foi especial. Garanto que meio mundo não lembra da primeira vez que viu o dia nascer. Eu lembro. Se não foi a primeira, marcou para se tornar. Mágica!

Praia! Dias em que minha mãe prometia praia ou piscina eram uma desgraça nas minhas noites de sono. Normalmente passava a noite em claro, não conseguia dormir. Não sabia , mas já mostrava fortes sinais de ansiedade na flor da infância. Deitava querendo que o dia amanhecesse. Queria pular todas as etapas, queria não precisar vestir o biquine ou tomar café da manhã. Queria não precisar entrar no carro e chegar ao clube. Queria muito menos ter que aguardar a noite passar. Isso tudo demorava muito! Queria estar na água, mergulhando e saltando com minha linda bóia do Tio Patinhas!

Ah, infância querida, tenho muitas saudades de você. De quando não precisava perder a noite de sono preocupada com a saúde de algum parente. Com a possibilidade de perder o emprego ou de me tornar estável e jamais crescer profissionalmente. De não alcançar os meus sonhos.

Quando era pequena, estava ansiosa porque queria me divertir, porque desejava aproveitar um dia inteirinho levando sol e sombra do final de semana. Estava rodeada de pessoas que cuidavam de mim, que me protegiam e perguntavam se estava com fome, com sede... e me divertiam com o que quer que desejasse brincar.

Na hora do almoço, desciamos por uma longa escadaria irregular de cimento no meio  das árvores para o restaurante. Apesar do sol perto do meio-dia, o ambiente era muito fresco e meus primos perdiam horas catando os tamarindos mais amarelos. Minha irmã costumava provar diversos e me dar pedaços dos mais doces.

Alguns trechos desta mesma escadaria tinham um corrimão por onde costumava girar até ficar mais velha e não caber. Sinto falta disso. Sinto muita falta disso. Eram meus dias perfeitos, que saudades! Como gostaria de voltar no tempo.

Ficava muito chateada quando precisava cochilar depois do almoço. Odiava aquilo. Me levavam para um bercário idiota, me apagavam não sei como e ainda me punham num berço quando, em casa, eu dormia na cama da minha mãe! Quanta bobagem! Eu não precisava dormir!

Só quando realmente fiquei mais velhinha é que me livraram deste tormento. Mas, convenhamos, para alguém que passava a noite em claro, um cochilo para recuperar as energias não parecia má ideia. Não lembro de resmungar muito tempo. Acho que apagava antes da hora. Hahaha... E pouco tempo depois, estava enfiada no biquine, tomando mais banho de piscina.

Depois do almoço, quase todos os primos tiravam um cochilo ou evitavam a piscina. Havia um salão de jogos onde os mais velhos costumavam brincar de totó ou assistir tv. Lembro de sofás e um aquário com cágados, mas não são imagens muito claras na minha mente.

Algumas situações da minha infância acabam com um bom registro. Quando chegava ao clube, sempre, seeempre precisávamos nos trocar nos banheiros de azulejos azul. Eu lembro deles muito bem porque eles davam para uma área aberta não muito longe da piscina e o sol era muito forte. Dentro do banheiro, por outro lado, os azulejos refletiam uma espécie de azul e toda a área era bem mais escura. Entrar com as pupilas miúdas era um desafio. Sair com as pupilas dilatadas, outro. Lembro muito perfeitamente deste incômodo nos olhos todas as vezes em que precisava atravessar a porta do banheiro, fosse entrando ou saindo.

Depois, excitação. Lembro de estar trêmula, muito trêmula, querendo alcançar apenas o chuveiro branco para as piscinas. O chuveiro ficava depois de um pequeno labirinto de grades brancas. Às vezes as grades estavam descascando um pouco, com ferrugem, mas no geral, muito conservadas. Eu me molhava muito mal, quase sem conter as pernas tremelicando de ansiedade, querendo a piscina.

Do lado direito, brilhava a piscina pequena, me chamando até meus 5 anos de idade. Depois, a maior ficou mais atraente. Naquele tempo, se alguém me mostrasse um caminhão de dinheiro e a piscina daquele clube brilhando no sol de sempre... Não era algo negociável. Pulava como uma rã, de pernas e braços abertos, ouvindo aquele “blurrr” por afundar... Depois esperava a minha bóia do Tio Patinhas me erguer à superficie... então me acalmava aos poucos... e curtia o resto do dia do jeito que já contei.

Lembro muito pouco da minha mãe nestes eventos. Ela costumava participar melhor dos passeios à praia. Passar à noite em claro era de praxe. Neste caso, já vestia o meu biquine porque na praia não tinha como fazer isso.

No caminho até o destino, o toca fita do fusca rodava sempre as mesmas músicas da Maria Bethânia e “Mel” é uma das minhas preferidas até hoje por causa das ótimas recordações. Na praia, havia um enorme desafio: alcançar o mar e pular o sargaço. Odiava aquilo. Sempre tinha que passar correndo e não gostava nem um pouco da sensação de pisar em coisas que não sabia direito o que eram. Vai que tinha algum carangueijo ou água-viva?! Morria de medo.

Apesar disso, não deixava de curtir o mar por causa do incômodo. Na hora do almoço, comia sempre as porcarias que gostava: agulhinha frita, batatas fritas, refrigerante, picolé. Sujar a roupa não era uma preocupação, mas passar o protetor solar era uma coisa chata e, naquele tempo, fedorento/desagradável.

Tempos à parte, não trocaria o toca-fita pelo mp3,  a agulha frita pelo sushi, o picolé pelo sorvete de marca ou o biquine da feira por um pedaço de pano comprado em site. Não que já não faça isso hoje em dia. Faço. Cresci. Não estamos nos anos 80 ou 90. Mas voltaria para viver tudo de novo.
Nem de brincadeira é possível dizer que uma criança dessas não teve uma boa infância.

Monday, November 17

Maze Runner - Correr ou Morrer

(The Maze Runner, Wes Ball, EUA, 2014)


Eu acho que não sou exatamente a pessoa melhor colocada para falar do filme Maze Runner, já que não li o livro, mas vou falar do que achei da obra fílmica enquanto filme por si só, ok?

Eu achei uma história fraca, sem pé nem cabeça, tentando imitar muito feio o sucesso de Jogos Vorazes. Um bando de adolescentes sem memória, presos no meio de um labirinto perigoso que se abre toda manhã para ser explorado, porém, à noite, se você estiver do lado de lá quando os portões se fecham, você não volta para contar a história.

A ideia é interessante. Dizer que não curti, também é exagero. Não está muito longe daquele perfil das sociedades que você também encontra em Divergente. Ou da revolta disso. Um lembra o outro. O perfil deles é bem semelhante.

Eu só achei que (mais uma vez, minhas conclusões são baseadas no filme, eu não li o livro) a história parece percorrer uma linha que ainda não tem ideia do desfecho, como Lost. E seu grande perigo é se perder, como também aconteceu com Lost numa quantia absurda de questões que nunca foram respondidas.

As justificativas não são boas, apesar de ter uma história interessante. O que parece é que alguém filmou ou escreveu no calor das ideias, invés de sentar, pensar, responder às várias questões que envolvem a trama para, enfim, dar seguimento.

Vou tentar exemplificar. Vamos imaginar o roteirista/autor pensando: "No primeiro livro, eles só lembram do nome deles. Estão presos há 3 anos. Vão achar que estão livres, mas serão enganados pelas próprias pessoas que os mantiveram presos. (Vamos supor que a criadora da história pensou nisso. Então ela debilmente segue:) Daí, preciso de uma justificativa para enrolar os garotos... [Três segundos depois...] OK, já sei! Eureka! O sol esquentou demais, vai ter uma sala, um vídeo onde os meninos vão parar quando saírem do labirinto, um suicídio fingido, pessoas carregando eles para longe, blá blá blá..."

Gente. É sério, isso? Ninguém aí ficou com a sensação de estar vendo um filminho com justificativa de autor preguiçoso?

Vamos ter que aguardar os próximos? Talvez? Bem, ok.

Veja o trailer:


E outras imagens:



Sunday, November 16

Interestrelar

(Interstellar, Christopher Nollan, EUA, 2014)


A primeira frase que tenho para este filme é: "Como eu sinto falta de obras cinematográficas neste perfil!" Que filme! Tudo bem que estava esperando uma batalha nas estrelas do nível Star Wars, mas, ainda bem que não é. Por sinal, ele começa numa fazenda, poeira, milharal (acho que é milharal), carro velho e drama! Poucos atores, poucas trocas de cenário e, ainda assim, uma fotografia espetacular! Você não vai sentir o tempo do filme. Estará completamente submerso na história, ouvindo seu inconsciente sussurrando do sofá "Vai!... ...Vai!... ...Vai!..."

E toda essa brincadeira fa-bu-lo-sa com a Física Quântica e Murphy vão merecer o meu respeito pelo resto da vida! Quem me conhece, sabe o quando amooo tudo isso, apesar de minha incapacidade mental para estudar a fundo.

Graças a este suporte matemático-físico, por sinal, temos uma grande aventura, um desfecho impressionante, que muitos vão considerar confuso, mas impressionável. A meu ver,  verossímil, já que aborda questões e estudos justificados e se utiliza da ficção para criar outras tantas ainda não alcançadas. Amei, amei, amei.

A trilha sonora, por vezes, se sobressai de tal maneira que fica impossível não comentar. Parabéns Haaans! Meu namorado comentou no final: "Tinha que ser, né?" (Concorrrdo! Tinha que ser!) Que parceria Nollan e Zimmer. (Por sinal, o soundtrack já está disponível por aí (se é que vocês me entendem). No elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Michael Caine.

Recomendo em absoluto!

Se interessou? Veja o trailer:



Outras imagens:




Thursday, November 6

Mãozinhas coladas para sempre


O livro “Palavra por palavra”sugere que você escolha uma hora específica do dia para escrever. E que comece falando desenfreadamente sobre sua infância. Provavelmente porque já passou e você teria alguma coisa para contar sem precisar necessariamente estar preocupada com a criação. “São apenas histórias de sua infância” e você acaba escrevendo despreocupadamente.

Então, eis que, já tentando inciar esta tarefa, gostaria de começar pelo incidente que me ocorreu quando tinha uns 4 ou 5 anos. Naquele tempo, já nem consigo lembrar de cabeça a minha série. Minha mãe só costumava dizer, com certo orgulho, que jamais teria pago “Maternal” ou “Creche”, então fui direto para o que chamavam de “Jardim I”. Hoje eu não faço a menor ideia de como chamariam. O fato é que lembro muito bem do que aconteceu naquele dia porque estava só e precisava tomar uma grande decisão. Tinha uma espécie de bomba relógio nas mãos e não sabia como resolver. Esperei o momento certo e agi.

Nos anos 80 os chicletes não eram como estas gomas de mascar da atualidade (que não grudam no dente ou na parede). Na minha infância, eles colavam em qualquer coisa. Infelizmente, não lembro de como aquele doce foi parar na minha boca, mas brincava de massinha enquanto eliminava o açúcar rapidamente. 

Minha história salta daí para o chiclete em minhas mãos. Não lembro porque fiz isso. Sei, apenas, que tudo começou porque resolvi pegar no chiclete. Deve ter sido uma decisão da minha humilde idade, de pegar em coisas que estão na boca na mesma proporção que costumávamos colocar na boca as coisas que carregávamos nas mãos.

O fato é que o chiclete colou num de meus dedinhos e tentei eliminar sua aderência, usando outro dedinho. Este, por sua vez, também foi afixado no chiclete e quando abri a mão, havia uma linha de chiclete que ia de um dedinho a outro. Não obstante, lembro do meu primeiro pensamento inocente – talvez não com esta clareza de palavras: – “Mas não é possível que todos os meus dedos fiquem colados nesta joça!”. Eu ainda não sabia, mas estava vivenciando uma das minhas primeiras ótimas histórias contáveis até hoje.

A outra mão apareceu para ajudar, outros dedinhos entraram na história, as palmas – não sei como – e minhas unhas também. Pouco tempo depois, eu estava sem mãos, achando que nunca mais poderia usá-las novamente. O chiclete havia colado todos os meus dedinhos “para sempre”. Eu acho até que isso é culpa dessas histórias da Disney, com esse papo de “...e viveram felizes para sempre”. Vai ver é por isso que, apesar de gostar muito de “A Bela e a Fera” ou “O Rei Leão”, não pago pau para estes filmes na minha infância. Sou produto de outros... Mas isso é história para outro dia.

E de volta às mãos atadas na goma de mascar dos anos 80, aquelas que eram bem infelizes, eis que enfio os braços debaixo da mesinha onde outros 3 amigos brincavam despreocupados. Lembro que a sensação era igual a daqueles filmes em que acontece uma tragédia muito grande: todo o resto caminha em câmera lenta, o som desaparece, você às vezes escuta as batidas de um coração – neste caso, era um coraçãozinho de 4 ou 5 anos – e, por estar na escola, havia gritinhos de crianças brincando bem ao longe. A expressão perfeita para a situação era: “Mainha, o meu mundo caiu!”

Sei que parece divertido. É para ser. Mas na hora? Não foi não, viu? Eu estava bem desesperada! Minhas mãos estavam coladas “para sempre”. E eu tinha um dilema enorme para resolver: “Ahmeudeusdocéu, como é que vou contar para a minha professora?” 

Eu sabia que estava perto do horário de largar, então achei legal esperar pela minha mãe. Mas estava com tanto medo e o tempo parecia que não passava... E eu precisava tanto, mais tanto, dizer a alguém! A minha professora era tão legal, eu queria tanto contar a ela! Mas ao mesmo tempo, achei que ficaria tão decepcionada...

Eu era uma das melhores alunas da sala. Para ser bem sincera, eu era o xodó da professora. Lembro que, naquele tempo, ela não tinha filhos, e vivia dizendo que queria que seus filhos fossem bem parecidos comigo se tivesse um. Ela sempre me colocava para ser a primeira da fila, sempre me ajudava com o lanche e me deixava sentar junto quando não queria brincar com meus coleguinhas. Esta foi a minha primeira professora. Minha amada professora.

Então, tive uma ideia brilhante! Nestas turmas, sempre tem um aluno que chora em algum momento. E eu sabia disso. O curioso é ter esta consciência aos 4 ou 5 anos. Bem, enfim, eis que esperei o próximo coleguinha chorar e não demorou. Graças a Deus, foi da minha mesa mesmo. Aproveitei o embalo e coloquei a boca no berreiro. Chorei junto também! Olha que plano infalível!?

A professora acalmou os meninos que estava brigando por um pedaço estúpido de massa e se ajoelhou do meu lado perguntando o que estava acontecendo comigo. Eu estava aos prantos. Enquanto as lágrimas desciam, tirei as mãozinhas debaixo da mesa e mostrei o resultado de um chiclete dos anos 80 que me deixaria paralisada pelo resto da vida.

Primeiro, a professora tomou o maior susto de todos os tempos. Hahahahaha... Depois me levou para o tanque e jogou muito detergente enquanto esfregava uma palma da mão na outra sem parar. (Eu estava chorando ainda.) Sem muito resultado, ela sentou comigo nos degraus da entrada da sala, jogou um punhado de areia nas minhas mãos e esfregou um pouco mais. Quando minhas palmas se soltaram, finalmente, uma da outra, parei de chorar. Ainda havia goma de mascar entre os dedos, mas o “para sempre” havia, literalmente, caído por terra.

Lembro de ter visto minha mãe chegar... E de tê-la visto me olhar com uma carinha de pena... Talvez por não estar presente quando eu senti que precisei dela. Devo ter chorado novamente, não lembro. Mas agora estava aliviada. Minhas mãos estavam livres, minha professora estava me ajudando, minha mãe estava ali e tudo ficaria bem. 

Estou aqui pensando no que realmente me deixou assustada. Até pouco tempo atrás, não sei dizer se levava a possibilidade de não poder usar as mãos tão a sério assim. Quer dizer, era só isso mesmo? No mais fundo, penso que não. É como se fosse, mas também não é. O que acho é que não gosto de certas mudanças. Ou não gostava. Minhas mãozinhas eram tão lindas soltas, meus dedinhos eram tão bonitinhos, foi assim que eu havia sido até ali. Por que tinha que ser diferente, agora? Não era perder as mãos. Era talvez não ser mais do jeito que sempre foi... Era o risco! O risco de não ser tão bom. De... sentir muitas saudades e não poder voltar atrás.

Tuesday, October 14

Aboutttttttttme


Eu... cursei Jornalismo, achei que queria seguir carreira. Ainda gosto muito, a profissão é meio mágica em sua essência, mas cruel na prática. Cheio de profissionais altamente competentes e medíocres, escapando migalhas que raramente se destacam sem entregar um off-the-record ou semelhante.

Gosto muito de inglês. Não tinha a menor desenvoltura com a língua na escola, mas descobri que era possível quando fiz um curso. Esta descoberta acabou me incentivando a continuar, me destacava em sala. Hoje sou professora de curso de línguas. E apesar de não ter cursado Letras, penso com frequência nisto. Graduação? Pós? O que fazer?

Sou apaixonada por cinema... ou fui? Não sei. Alguma coisa morreu quando inventei de fazer uma pós-graduação em Estudos Cinematográficos. Os professores eram ruins, mas os alunos sabiam discutir. No começo foi interessante, depois ficou bem maçante. Passei um bom tempo sem querer ver nenhum filme. Voltei aos poucos. Desestimulou. Curso de merda!

Analisar é minha diversão. Faço consciente, faço sem perceber que estou fazendo, penso analisando, analiso pensando, respiro analisando, analiso enquanto respiro. A gama é gigante: pessoas, objetos, a natureza, filmes, seriados.

Ah, seriados! O que seria de mim sem eles quando tudo está uma bosta? Fã incondicional dos incríveis diálogos e dramas de Dawson's Creek, sou capaz de agregar mais uma infinidade: Lost, Medium, Dexter, Fringe, The Big Bang Theory, Breaking Bad, American Horror Story, Revenge, Stalker, The Walking Dead, Don't Trust the B---- in Apartment 23, 2 Broke Girls, Grey's Anatomy, The Affair e tantos outros! Alguns finais clássicos, outros nem tanto... Alguns pendentes, outros nem tanto...

Tenho 30 anos, mas pareço ter uns 5 a menos. E acho que tenho mesmo. Sinto-me com 26 ou 27, não mais que isso. Jogo video-game quando dá vontade, não morro por eles, não sou dependente, conheço um pouco do mundo (o suficiente para saber conversar a respeito) e acho bem digno, sorry.

Gosto muito de ver imagens sobre decoração... Vídeos... De vez em quando mudo alguma coisa no meu quarto. Pinto e lixo mesmo as paredes, dou a cara a tapa. E fica muito melhor que muito "profissa" por aí...

Segundo o mapa astral, entrei no meu ano de Virgem (nasci em setembro) com Áries, então, estaria com uma energia extra. Não é que acredite. Ou desacredite. Só acho que, aos 30, algumas coisas precisam mudar. Ou mudam automaticamente, não sei ao certo. É apenas chegada a hora de desentortar o pau... ou entortá-lo, se já foi muito certinho. Algumas coisas cansam.

Não tem nada a ver com promessas ou grandes transformações. É só uma questão de... realizar um apanhado geral, uma contagem, um inventário de mim mesma, pontuar e qualificar o que valeu a pena usar até agora... e tudo aquilo que podemos jogar fora ou modificar, para ter uma vida mais saudável e feliz. Afinal de contas, e não é por isso que escolhemos viver?

Fica esta ressalva: FOCO.

Wednesday, October 8

Lucy

(Lucy, Luc Besson, 2014)


Eu confesso que estava relutante quanto ao resultado deste filme. A culpa vem de um longa com Scarlett chamado "Under The Skin". O filme não faz o menor sentido, é longo, alternativo, chato e não deixa mensagem alguma. A trilha sonora é uma porcaria e Johansson parece uma débil mental.

Lucy, por outro lado, é muito bom. Este sim tem uma proposta curiosíssima. Ele não só parece uma versão 2014 do famoso blockbuster Matrix, como põe em cheque uma infinidade de questões a respeito da existência, da ética, da moral, da cultura e tantas outras coisas que o filme nem precisa citar!

Enquanto rolava cenas de ação e me imaginava superpoderosa, acompanhava Lucy se tornando cada vez mais inteligente, mas humilde a ponte de buscar alguém que nem havia desenvolvido tamanha capacidade mental para pedir conselhos a respeito do que fazer com toda aquela inteligência de poucas horas. 

O desenrolar é curioso. Quando o filme terminar e você continuar numa espécie de wondering, bata palmas! O resultado foi positivo!

Adorei, Luc Besson!

Tuesday, October 7

O lado ruim de reformar...

Quero desabafar! Reformar o quarto também tem o seu lado ruim. O primeiro deles, inegavelmente, é a imensa ansiedade que você, de repente, se vê tomada, quando deseja ver o resultado. O defeito dos vídeos, às vezes, acaba sendo aquela "acelerada" na parte chata. A gente vê a transformação. A foto do antes e depois. Esquece do "miolo" inteiro. E, acredite, é a parte mais cansativa.


Infelizmente, por inúmeros motivos, dependemos de outras pessoas, e isso, caríssimas, é a pior parte de tooodas! Vou listar algumas para não pegar quem está pensando em reformar ou montar algum cômodo de surpresa. Lá vai:

1) Não basta ir na melhor loja com dinheiro e comprar um móvel. Ele vai levar um tempo até ser entregue (na Tok Stok, por exemplo, um simples colchão de espuma levou 15 dias corridos em Recife. Tive que esperar, não podia trazer na cabeça! Dependia deles!). Em caso de móveis e montagem, recomendo pagar a montagem dos profissionais da loja. Porque você vai esperar a entrega e vai esperar, depois, a disponibilidade de uma outra pessoa que você ainda vai procurar e pagar para montar (que nem pode sair tão bom assim!).

2) Pedreiros, carpinteiros, montadores, costureiras (etc, etc, etc...) são autônomos em 99,9% dos casos, então são preguiçosos com horários, farrapeiros, cheios de desculpas, adoram um gato por lebre e mentem descaradamente. Desconfie mesmo. Desconfie sempre. Saiba que cada um deles vai te aborrecer com alguma coisa, por menor que seja. Sempre dizem que têm o melhor material e nunca é verdade. Fique de olho. O prazo não vai ser o que ele dará, pode ter certeza. Não seja muito duro, nem se arreganhe demais também. Trate como alguém contratado para trabalhar para você. Acerte muito bem o material negociado. E acredite: ainda assim, vai dar merda. Combinei uma visita com um montador da família com um mês de antecedência. O dia chegou... O que ele fez, o que ele fez? Desligou o telefone! Beijos!

3) Corri atrás de uma empresa que já montou os móveis da minha casa. Mas sairia uma fortuna. Também fui extremamente mal tratada, disseram que mandariam um orçamento pelo e-mail que espero até hoje! Por falar nisso, vou divulgar a empresa para que ninguém procure porque o material deles é de péssima qualidade, as portas dos guarda-roupas caem com o tempo e os armários sob pias cedem: Sonho de Casa (ela vira um pesadelo!). Ia recorrer a eles porque não sabia a quem mais procurar, mas acabei descobrindo um montador por uma fonte da própria empresa que foi bem sincera: "Aqui vai sair muito caro! Vou indicar um autônomo para você!". Mais uma vez dependia de alguém que soubesse desmontar e remontar um guarda-roupas embutido. E não somente: ele também teria de ser capaz de reduzir uma das partes.

4) Este autônomo, por sinal, veio nas datas combinadas, olha só que sorte a minha! Era pontual! Mais um ponto para ele! Mas mentiroso quanto a qualidade dos móveis. O farrapeiro que desligou o telefone, por outro lado, apesar de faltar muito (acho que até hoje, meu quarto estaria do mesmo jeito, acredite!), tinha os melhores materiais e melhores acabamentos. É uma porcaria isso: 8 ou 80. Por que não encontro alguém que tenha o melhor dos dois? Depender dos outros é foda!

5) Para terminar: instalei um split, paguei, testaram, funcionou. Ótimo. Beijos, tchau. Depois, água escorrendo pela parede. Ligo (é uma empresa), mandam uma pessoa depois do horário comercial - o que me deixa de castigo o dia inteiro. Resultado: o fdp vem, diz que eu devia ter deixado o ar ligado há algumas horas e que nada pode ser feito naquele momento. Depois disse que estava tarde e mandou remarcar. Depender dos outros é o car*&$%!

É por isso, por isso mesmo, que existem tantooos, mas taaantos vídeos de DIY (Do It Yourself = faça você mesmo). Porque, além de baratear um monte de coisas, há outras que você acaba aprendendo e vê que ainda há aquelas que nem são tão difíceis assim de fazer.

Thursday, October 2

Faça um apanhador dos sonhos!

Eu vou disponibilizar mais um DIY (Do It Yourself = faça você mesmo), desta vez em inglês por  alguns motivos óbvios: o primeiro deles é:

1) É este que eu quero. Nesta cor, neste tamanho. 

2) Depois porque eu nem achei que fosse possível fazer esse tipo de coisa ficar tão lindo. 

3) Aqui no Brasil, encontrei pessoas fazendo com uma espécie de argola de madeira, então, esta argola diferente acabou ampliando minhas possibilidades a respeito do que usar como "molde". 

4) Apesar de estar em inglês, é visualizável, então, qualquer um, em qualquer língua, sendo capaz ou não de entender inglês, consegue fazer este lindíssimo Dreamcatcher. Basta seguir o passo - a - passo.

Sem mais, espero dar boas ideias! Pretendo fazer um muito parecido! Infelizmente, ainda não sei o que usar como argola ou onde conseguir, quem tiver alguma sugestão e puder ajudar, manda um comentário porque outras pessoas também podem visualizar e acabamos por nos ajudar.

Wednesday, October 1

Quarto novo!



Saindo um quarto novo, na realidade. Falta umas coisas. Falta a cortina, faltam almofadas, falta definir o que vai ficar nestas prateleiras, falta repassar as coisas do antigo mural para o novo (um dos presentes de aniversário incrível do namorado, por sinal). Falta completar a fiação das duas paredes que não tinham tomadas e agora têm (aleluia!) - graças a dedicação total da mamãe e da tia que ajudaram um bocado... Sempre falta alguma coisa.

Parece idiotice, mas, estes dias, eu não fiz mais nada da vida, além de trabalhar e reformar o meu cafofo. Estava enjoada das listras nas minhas paredes, de qualquer coisa que não fosse uniforme. Modestia à parte, as listras pareciam mesmo papel de parede de tão perfeitas, mas uma hora cansa, gente. Lidava com elas todo santo dia, peloamordedeus.


Iniciei minhas pesquisas achando que queria um quarto cor de rosa com uma das paredes com papel  vintage. Ia gastar uma nota e não consegui me decidir. No fim das contas, nas milhares de pesquisas virtuais que andei fazendo, descobri que o verde água tá bombando. Me apaixonei com a ideia assim que imaginei minhas paredes com a tal cor, sem listras, sem frescuras. Estava querendo investir nos acessórios do quarto para dar destaque ao rosa. O contraste era ideal.

Depois de uma semana com parentes adoentados me impedindo de tocar em tintas por causa do cheiro e lixar as paredes por causa do pó, finalmente os trabalhos começaram! Foi exaustivo! Tentei fazer em uma semana o que deveria fazer em 1 mês. Estava dando aula de inglês como alguém que carrega a cama nas costas. E nas folgas, acordava depois das 6h da manhã e só ia dormir depois das 2h, lixando paredes e limpando o quarto onde também teria que dormir. Horrível, muito cansativo.

Nesse meio tempo, meu guarda-roupas já havia sido reinstalado noutra parede e meu ar-condicionado readaptado para receber a cama-baú de casal. Os planos iniciais eram de reformar tudo a tempo da chegada do colchão e da cama... Mas, quem disse que deu? A cama chegou antes do colchão. E o colchão ainda chegou antes do quarto estar pintado. Minhas coisas ficaram distribuídas pela casa. Meus sapatos estavam jogados numa imensa sacola, na lavanderia, meus livros estavam no quarto da minha mãe, minha cama e meu colchão ficaram no quarto da tia. Minhas bolsas foram parar na porta do banheiro!

Ufa!

Enfim, depois desta última semana, com o final de semana também dedicado a mais arrumação, a cama conheceu o seu local oficial, o colchão foi para o seu lugar, bem como as minhas coisas que estavam na Cochinchina. Meu corpo finalmente descansou como herói no colchão certo e pude visualizar o quarto que imaginei por tanto tempo!

Quando estiver tudo pronto, tiro uma foto geral. Prometo.



PS: As listras do meu quarto já foram na cor azul porque meu quarto também já foi azul. Depois creme. Depois quase rosa, mas acabou neste lindo verde-água. *-* #INLOVE

Sunday, September 21

Faça um baleiro gastando pouco!

Rapaz, eu achei que era brincadeira quando topei com este vídeo que ensinar a fazer um baleiro decorativo, desses que todas as meninas estão adotando e deixando no quarto. Mas não é. E fica muito legal o resultado final. No canal da Maddu Magalhães você também encontra outras dicas de DIY (Do It Youtself = Faça você mesmo) que também ajuda bastante as meninas que não tem muito com quem contar ($, marceneiro, costureira...) ou que simplesmente curte fazer sozinhas as reformas, mudanças ou decorações do quarto, flat ou apê.

Sem mais falação, segue o vídeo abaixo!

Friday, August 22

Quem você acha que é?


Preferiu não atribuir nomes. Para não ser personagem algum. 
Não estava acordando, não estava em seu lugar comum.
Não tinha amores, entes queridos, lembranças.
Sentimentos avessos, sonhos, esperanças.

Ouvia uma canção de recomeço... incomum diferente.
Haviam batidas que lembravam um coração acelerado... mas suavemente.
Estava tão pequena, era tão, mas tão inútil dizer, julgar.
Por favor, ainda não, espere, tudo que peço é que não tente... raciocinar.

Dessa vez, fique.
Que adoeça!
Ou se veio -
para curar.



Wednesday, August 6

The sims 4 tá chegaaando!

E você ainda pergunta o que tá acontecendo que eu nunca mais atualizei os links ou respondi o famoso post do The Sims 3? Ah, peloamordedeus! #ÉMUITAEMOÇÃO!



Pré-venda para o dia 2 de setembro, em cima do meu aniversário! Não existe presente mais agradável! (Lembrem-se de comprar a versão do jogo base original!)

Segue aqui um ótimo site de discussões sobre a nova versão do game (que já disseram que não é das blockbusters, mas, fazer o quê, a nêga vai comprar de todo jeito!) e eles também tem um perfil no Facebook que bomba com fotos, vídeos e mais informações quentinhas.

Degustem e até seteeembrooo! *-* Wuhuuu.

Tuesday, August 5

Inspirem-se!

Depois de 2 anos viajando e fazendo gravações através de selfies em vídeos, Alex Chacon, viajante desse material massaaa que estou disponibilizando para vocês, vê seus registros ganharem o mundo no Youtube e faz inveja a muita gente acostumada às famosas fotinhas mixurucas... (Confessa, vai!?) Foram exatos...

36 países / 36 countries
600 dias / 600 days
5 motos / 5 motorcycles &
125,946 milhas dirigidas / 125,946 miles driven!!!

Deu água na boca? É só ter uma boa ideia e muita paciência para organizar tudo! O resultado ficou incrível! Dá só uma olhada!



Monday, August 4

Filmes e vídeos sobre Anne Frank

O diário de Anne Frank, 1958 (The Diary of Anne Frank, George Stevens, United States)

Os personagens são de uma completa piração. A atriz que escolheram para representá-la, por exemplo, parece ter uns 16 anos, quando Anne tem 12 ao se mudar para o Anexo. Peter, seu par romântico, então... Existe muita maquiagem fílmica, de coisas que não acontecem e que acrescentaram para fazer da história algo mais interessante. É longo, meio arrastadinho, em preto e branco e infiel. 

O diário de Anne Frank, 2009 (The Diary of Anne Frank, Jon Blair, United States)


Aííí simmm, este sim! O filme já começa com uma chuva de imagens referentes à Anne. Você já embarca na atmosfera da garota. Se depara com uma atriz de cabelos cortados como os dela, rostinho judeu, carinha de criança (e que estranhamente  parece amadurecer no filme, como acontece com Anne). Os outros personagens bem mais exatos (apesar de achar que a mãe dela ficou muito frágil), o filme trata de pontos bem cruciais da história. Fiquei besta de ver a menção sobre a chegada das caixas dos morangos. Vale a pena a nível de fidelidade e seleção.

https://www.youtube.com/watch?v=XIpQqExBl2s&feature=share

Matéria da Rede Globo a respeito de uma colega de sala de Anne Frank que, atualmente (bom, pelo menos na data da matéria) ainda é viva e mora no Brasil! Os relatos são interessantíssimos e ela guarda recordações dramáticas através de objetos e fotografias daquele tempo. Ela não só estudou com Anne, como, dois anos mais tarde, encontrou com nossa escritorinha num campo de concentração em várias ocasiões. Ambas não sabiam como conseguiam se reconhecer, já que eram como caveiras ambulantes.

https://www.youtube.com/watch?v=dgX6ceLAR_0

É um documentário sobre a vida de Anne Frank, aparentemente produzido em 2009. Acredito que surgiu graças a última (e melhor) versão do filme baseada com fidelidade no livro da adolescente. Há relatos, portanto, não só de trechos de seu livro, como depoimentos de amigos da família, imagens do museu (que é, de fato o Anexo Secreto onde ela ficou escondida em Amsterdã). Há muitos trechos de estudiosos sobre o caso também. É bem interessante! Vale a pena.

Outros

Vi mais dois filmes, mas não aguentei assistir até o final. São versões viajadas demais sobre a história dela. Então, se encontrarem por aí, só para não dizer que não mencionei, estou avisando. Mas não vou nem dizer o nome, nem deixar os links porque, sinceramente, é uma puta perda de tempo assistí-los.

Hoje, por sinal, faz 70 anos que Anne registrou seu último escrito no diário. A CNN lembrou e fez uma reportagem! Clique aqui para ver!

Acho que é isso. No mais, acessem o site oficial para conhecer e fazer uma tour virtual de acesso pelo local (sim, é possível!): http://www.annefrank.org/

Wednesday, July 30

Livro: O diário de Anne Frank

Eu fiz uma daquelas promessas... que não costumo cumprir: de ler alguma coisa num determinado tempo por algum motivo. O caso de Anne Frank se devia a minha terceira viagem à Europa, onde passaria na Holanda, Amsterdã, e planejava conhecer a casa onde a mocinha em questão ficou escondida por mais de 2 anos nos conflitos de guerra.


Interesse pelo Holocausto, vocês já devem estar carecas de saber que tenho. E não é pouco ("A menina que roubava livros" está em algum dos posts antigos como referência, por sinal). Leiga sempre fui, mas nem por isso tive pouco interesse, a curiosidade é grande.

Resultado: comprei o livro em maio nas carreiras, comecei a ler no mesmo impulso, mas viajei e sem ter finalizado e conheci o famoso Anexo Secreto sem ter a essência da história finalizada. O que é uma pena tremenda. Sabia que estaria arrependida depois. Fazer o quê? :(


Dramas à parte, o livro tem uma boa história. Mas não achei essa coisa toda. Da metade para o final, as coisas começam a esquentar, mas só na terça parte da história é que você encontra, de fato, relatos mais consistentes dos conflitos em si.

De qualquer forma, estamos falando de judeus escondidos em Amsterdã por dois anos enquanto conflitos acontecem, então, é suco de uma fruta pura, sem água ou adoçante (bem amargo, por sinal). Portanto, reconheço que é por si só, independente do relato ser apreciado ou não: um fato. Rico em detalhes de convívio.

Só no posfácio as lágrimas caíram. Então, não é Anne que te faz chorar. Anne é uma garota audaciosa, impulsiva, adolescente, rebelde, cheia de graça e vida. Um pássaro selvagem que foi obrigado ficar numa gaiola para ganhar mais alguns meses de vida. 

Anne te apresenta os personagens e conta várias histórias do Anexo sempre que pode, até você se sentir parte da família, parte da mobília, parte da comida podre. Ela não reclama muito do que é ruim, ela reclama de quem reclama demais.

Então, quando você estiver completamente adaptado àquela realidade: acordando com bombas e sirenes, jantando batatas por meses, conversando sobre astros de cinema ou espiando seu namoro com Peter... O posfácio te arranca das daily activities e te esbofeteia a cara com um fim de história.

Uma angústia gigantesca vai te engolir quando der por si e perceber que o que acabou de ler não foi ficção... E então, o frio, a fome, o desespero, a separação, a saudade de todos... E o enfrentamento da guerra até a morte... em tão menos tempo... será cruel. Não é o que está no livro que dói, é o que não foi registrado por Anne que desespera.










[O primeiro post da fase nova.]

Thursday, May 15

Teaser 2014


Parece a coisa certa a se fazer.

Pelo menos por enquanto: estou dando uma geral nos posts. Dos mais antigos para os mais novos. Apagando as bobagens, relocando tudo. O processo não tem data, são muitas postagens! Também não sei dizer se, enquanto isso, vou atualizar (provavelmente não). Então é uma chance de quem gosta do blog, dos textos, quem sabe, encontrar alguma coisa no oldies e dar uma lida. Também disponibilizei o passo a passo do The Sims 3 porque me solicitaram loucamente através de e-mail.

No mais, já consegui pensar em algumas coisas para o novo perfil do blog, mas nem tudo me agrada totalmente ainda, então, até lá, prefiro não arriscar falações. Vejo vocês "em breve".

Fá.

Wednesday, February 26

Where's she?


Hoje tive a estranha sensação de me querer de volta. Uma parte de mim, na realidade. Depois me corrigi. Metaforizando, parece que, um tempo atrás, finalmente resolvi mergulhar nas águas de um poço muito fundo, incapaz de voltar à superfície. E finalmente pareci me perguntar sobre aquela pessoa que ainda ficou na beirada, na expectativa.

Onde está a pessoa que lembrava dos próprios sonhos todas as noites? Que via um motivo para escrever em quase tudo que experimentava, ainda que não escrevesse? Era solidão? Incompletude? O que ela não tinha ou tinha que eu não tenho mais ou tenho de sobra? O que... foi capaz de mudar tudo? E por quê desta forma? 

Tuesday, February 4

A Onda

(Die Welle, Dennis Gansel, 2008)


Rapaz, desde que li "A menina que roubava livros", noto que o meu interesse no Holocausto cresceu e, o mais importante, amadureceu bastante. O meu namorado, por outro lado, é uma máquina de armazenamento informativo para filmes, gêneros cinematográficos, atores, diretores e qualquer outra coisa que envolva a Sétima Arte. O que é ótimo. E ganha a minha admiração com frequência (ha-ha!). :***

Numa das minhas confissões à respeito do assunto, eis que o danado lembrou deste filme, que eu não só não havia assistido, como sequer havia tomado conhecimento da história (é baseado em fatos reais).

Quando comecei a assistir, para vocês terem uma ideia, eu estava morreeendo de sono. Muitooo cansada. Mas a história conseguiu me prender desde o começo. Eu não sei dizer se o fato de ter bastante interesse no assunto talvez tenha me deixado com a orelha de pé muito depressa, ou se foi porque a história começa com uma discussão muito interessante dentro da sala de aula.

Não é uma obra no estilo Hollywood. Não é um filme de atores conhecidos. É um longa alemão. Então... 

Mas presta atenção nisso: estamos falando de um professor que leva para a sala de aula a possibilidade de conseguir converter pessoas. Os alunos discutem como Hitler conseguiu mudar a cabeça de tantos alemães contra os judeus. Aos poucos, o professor, mostra, na prática, como isso é possível.

O desfecho...?

Aí você tem que assistir ao filme para saber. E foi baseado em fatos reais, então, vale a pena discutir depois.

Nota 1000.

Monday, February 3

A vida secreta de Walter Mitty

(The Secret Life of Walter Mitty, 2013, Ben Stiller)


Eu não acho que o filme seja relevante. Mas é divertido. Eu não acho que está muito claro a proposta de sua existência. Não acho não. Ficou entre: "Ei, vamos nos divertir com essa comédia?" e "Que tal uma nova forma de encarar o então 'Sim Senhor!' (Yes, Man!, Peyton Reed, 2008)?"

Foi o que achei, por sinal. Que não passa de uma releitura de "Sim Senhor!", com Jim Carrey. E a versão do Jim Carrey é melhor. Então, bom, é isso. Dá para divertir. Mas não é grandiscoisas.

Friday, January 24

Questão de tempo

(About Time, 2013, Richard Curtis)


Eu achava que o filme era fofo. E é fofo. Lembra "Efeito Borboleta" (The Butterfly Effect, 2004, Eric Bress, J. Mackye Gruber). Na realidade, ele lembra demais! Só que ele é bem menos matemático e muito mais cheio de fofuras. Confesso que,,, achei que estava tudo tão meigo, que alguma coisa muito ruim aconteceria num determinado momento da história, mas nada grave sucede. Nada que mate alguém ou parta um coração em dois. Talvez este seja o grande defeito dele: é morno.

É morno, mas eu sou mulherzinha. Do tipo que, MESMO NAMORANDO, adora um balde de pipocas com leite condensado e uma pilha de comédias românticas mornas para dizer "owwwnnn!". #prontofalei

Então, sim, eu ADOREI o filme. Veria de novo! E recomendo. É lindo!

Thursday, January 23

A família

(The Family, 2013, Luc Besson)


Eu comecei a ver este filme... E apesar de ter assistido apenas 10 minutos ou algo em torno disso, depositei bastante confiança na história.

Tornei a vê-lo hoje e terminei.

Besteira.

Quer dizer, o filme é legal.

Até a metade, mais ou menos.

Então a história se perde.

Ele começa num embalo poderoso de uma família rebelde, dramática, vigiada e absolutamente cômica. Com atores de peso como nosso querido Robert De Niro e Michelle Pfeiffer. Os filhos, não muito assediados, apesar da Dianna Agron (Glee), também levam na maladragem a primeira parte da história.

Então eu comecei a cochilar...

A história perde o embalo da metade para o final e puft!, acaba.

Não é a toa que tenha uma nota tão baixa.

Não tenho muito a declarar. Começa bem, termina sem força. Chato. Pena.

Saturday, January 18

A menina que roubava livros (erros do filme e outros...)

(Markus Zusak)


Rapaz, eu comprei esse livro assim que lançou. Para vocês terem uma ideia, as páginas estão amareladas e a ortografia é antiga. Mas eu nunca o li. O que me impulsionou foi o trailer do filme... Mentira. Na realidade, a trilha sonora do filme. Melhor: o comentário do namorado S2, que falou numa das mil vezes que fomos ao cinema e rolou a trilha no trailer: "a música desse filme é boa!" e concordei.

O comentário aconteceu duas vezes. Em filmes diferentes. Acho que foi tudo que precisava para encaixar pecinhas de algum quebra-cabeça e desenvolver a atração certa pela história. No começo da semana olhei para ele... na última prateleira, bem pertinho do meu computador. Tenho a ligeira impressão de ter comprado em janeiro de 2008, junto com outros exemplares que já li.

Uma coisa fica rodopiando minha cabeça quando penso nisso... Acho melhor escrever logo. Talvez descanse: certa vez, li que, às vezes, quem escreve, precisa deixar o que foi escrito por um tempo numa gaveta. Esse tempo é diferente para cada pessoa e cada escrito. É o famoso "tudo tem a sua hora". Talvez, na leitura, alguns livros precisem de algum tempo na prateleira. Quero dizer, tenho este livro há exatos 6 anos. Por que só agora?


A menina que roubava livros é bem curioso nas primeiras páginas. Você descobre cedo que não é a tal garotinha que escreve a história, mas uma terceira pessoa... Um personagem muito distante e inevitável na vida de qualquer pessoa: A história é contada pela Morte. Que vai te condizir e emocionar bastante.

Chorei várias vezes. Mas chorei de soluçar mesmo. Chorei porque senti a dor dos personagens cansados, famintos, injustiçados, mortificados, mortos-vivos, parados no tempo, no espaço. A referência criada pelo personagem do Max com uma árvore que acaba crescendo demais foi abusiva, absurda. Acho que foi um dos grandes pontos do livro. Na minha concepção, é o verdadeiro caramba!, contraste que existe no livro inteiro, no sensível e grotesco da guerra, na agonia das pessoas. É perfeito. É a metáfora da simplicidade da coisa toda explicada em desenho e palavras para uma criança tão inocente e sofrida. É... desnecessário o exagero em palavras.


Por este motivo, eu não gostei do filme. Mexeram na cronologia e na história em si, esfriaram e fatiaram tudo em contos friescos. A inocência de Liesel sobre a guerra oscila. Cortaram trechos de sensibilidade absurdas. E Max não era Max. Meu Max era como O Pianista. Não uma versão boazinha de Tom Riddle inrustida. Nota zero. É realmente uma pena que alguém, quem quer que seja, se ache no direito de sequer imaginar que pode ou deve mexer na história de um livro como este. Os pontos positivos são vários, mas mexeu na história, meu amigo, mexeu em muita coisa! Mexeu em quase tudo!

A atriz é muito boa, os personagens são muito bons. A atmosfera é a que se imagina no livro, a trilha sonora agrada, mas eu confesso que também esperava mais. Parece que colocaram o melhor trecho no trailer. Cadê a sensibilidade da história?... É tão engraçado precisar procurar desesperada pelas "emoções" do livro no filme! Algo tão mais fácil de se construir  em tela! Palmas para Markus Zusak, que soube construir tudo aquilo em cima de letras e papel!

Quem só viu o filme e achou que tá tudo bem, olha só: não está tudo bem! Presta atenção: o começo desenrola legal. Então uma infinidade de absurdos começam a acontecer, é praticamente uma história nova. Pontuarei aquelas que lembrar:

1) O Prefeito não proíbe sua esposa de se encontrar com Liesel porque ele nunca vê isso acontecer. Na realidade, a mãe de Liesel deixa de passar as roupas deles porque o Prefeito acha injusto que nos tempos difíceis que seguem da guerra, eles continuem no luxo de ter alguém para engomar as roupas. Isso deixa Liesel revoltada e ela deixa de visitar a casa Ilsa porque fica chateada. A partir daí, começa a roubar os livros e, por sinal, tem a companhia do amigo Rudy todas as vezes, exceto na última. A própria esposa do prefeito sabe dos roubos, mas não se importa porque gosta da menina. E lá para o final do livro elas meio que se resolvem através de cartinhas.

2) O pai de Rudy e o pai de Liesel são convocados para a guerra ao mesmo tempo e saem com a diferença de poucos dias. Mas é bem pra lá do final da história. Na realidade, o pai de Liesel nem bebe mais. E no dia em que ele resolve beber, é porque vai para a guerra na manhã seguinte.

3) Por falar nisso, o Hans Hubermann, pai de Liesel, já na guerra, é bem quisto pelos colegas, e não visto como um velho gagá pelos companheiros. Só tem um probleminha com um novatinho que se acha o bambambam. De qualquer forma, esse novatinho morre naquela explosão que vira o caminhão.

4) Quando Max adoece, Liesel começa a trazer várias coisas para dentro de casa que encontra na rua. "Presentes" para quando ele acordar. Uma bola murcha, jornais, pena (...). E quando ele acorda e a mãe dela vai na escola para avisá-la e cria aquela espécie de "teatro", não é a foto do irmão dela que ela entrega. É um desses presentes que ela diz que Max mandou deixar com ela.

5) Uma das coisas mais abusivas e absurdas que eu achei na história foi a entrega do Mein Kampf pintado de branco como um diário em branco para Liesel escrever. Bicho, ele não dá nenhum diário em branco a Liesel! O que Max faz é escrever uma história lindíssima de como se conheceram e de como ela ajudou ele a se recuperar. Gente, é lindo! É muito sensível. Como é que jogam isso fora, meu Deus? E tem a parte onde todo mundo ajuda a pintar as páginas de branco. Inclusive a Mama. 

6) Não lembro de ler alguma coisa sobre a Mama querendo entregá-lo a polícia em nenhum momento. Lembro dela muito resiliente, apesar da boca suja. Achei aquilo uma falha tremenda no filme também. 

7) O diário, por sinal, é entregue bem no final da história por Ilsa, a esposa do Prefeito, não tem nada a ver com Max. Quando as duas já fizeram as pases. Vejam que coisa totalmente diferente. Horrível.

8) Existe uma cena no livro que achei que deveria constar no filme. Por diversas vezes, as pessoas daquela cidade onde Liesel está morando assistem a passagem dos Judeus maltrapilhos. Numa das vezes, Hans tenta ajudar um deles dando-lhe um pedaço de pão, já que ele nem consegue se levantar e caminhar (eu achei isso bem forte, achei que deveria participar da cena). Então, Hans é açoitado e marcado a partir dali. E é por isso que acham melhor mandar Max embora. Não tem nada a ver com alguém estar sendo levado porque tinha um M ou N a mais na letra e ser judeu e não-sei-o-quê.

9) Daí, numa dessas passagens dos Judeus, Liesel espera por Max e o encontra. Eles começam a falar trechos do livro que ele escreveu para ela. Se abraçam. E os dois são açoitados por uma infinidade de vezes. O jeito como isso está escrito no livro é de uma dor, de uma sensibilidade. E eu não perdôo de não ver a cena!

10) Quando o pessoal aparece para medir o tamanho dos porões, Rudy não sabe de Max. Rudy só vem saber de Max nas últimas páginas do livro. Então ele não ajuda Liesel com o arranhão. Ela se resolve só. Ela é muito mais forte do que aparenta. E os pais dela, quando está acontecendo a inspeção, não agem com tanta desconfiança. Estão jantando. O inspetor mal percebe.

11) Coisa absurda: os pais de Rudy não deixaram o aquele pessoal levá-lo embora. O próprio Rudy gostaria de ter ido, mas não sabia o que estava acontecendo. Não conseguiu nem se oferecer. E morreu, inclusive, na história, em parte, por não ter ido. O pai se culpava muito por causa disso. Não entendo porque deram espaço para esta mentira se ele morre no fim das contas. No máximo poderiam não ter aproveitado.

Então assim, passaram uma fragilidade das pessoas diante das autoridades que na realidade é pouco tocada no livro. O que é mais visível o tempo inteiro é a fragilidade deles diante dos próprios familiares, diante das pessoas que eles mesmos convivem. O amor de uns com os outros, do convívio. Pareceu um filme de guerra. A menina que roubava livros não é um livro de história de guerra. É um livro de uma história que se passa no período da guerra.