Monday, August 17

Simetria textual



As linhas do meu caderno eram sugestivas. Me davam espaço e liberdade para escrever sobre tudo. Assustou. E tinha uma idéia desconexa em mente sobre as pessoas, não coisas, que pensamos antes de dormir - sejam elas agradáveis ou não. Concluí que a melhor das opções, já incluindo as que não escrevi, mas pensei, era descrever a beleza no trajeto até a construção desse texto.

"Desliguei a TV - achava que passava das duas horas da manhã, mas nem era meia-noite. Escovei os dentes - lembrando de como tomei vinho branco ontem à noite. Beijei minha gata - desejei boa noite imaginando se miaria depois que fechasse a porta do meu quarto.

Peguei o caderno e a caneta - sabia que alguma coisa estava cozindo. Lembrei da mentira que inventei para domingo - e coloquei minha caneca de lápis colorido na frente do monitor para não esquecer.

Tranquei a janela do quarto - imaginando se alguém, qualquer um - estaria pensando em mim naquele instante.

Então decidi o que seria: a existência. - Até que ponto deixamos de ser alguém se ninguém pensa em nós?

Queria filosofar, mas encontrei um pêlo de gato sobre minha pele que não senti que estava lá até vê-lo.

E, de alguma forma, poderia jurar que tudo estava justificado."

Não quis perder mais tempo e fui ler.



Halo - Beyoncé (ela nasceu no mesmo dia que eu. Estou pensando seriamente em me tornar cantora... Fazer uns bicos na MTV, ganhar uma bufunfa...).

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