Tuesday, July 26

Quando o mundo para


Tem gente que acha que coisas desse tipo só acontecem quando nos apaixonamos. Quando olhamos nos olhos das pessoas que trocamos algum afeto. E eu estou aqui para dizer que não.

Uma vez, eu li (parece que está na bíblia) que é muito fácil amar quem nos ama. De maneira que, o verdadeiro desafio é amar as pessoas desconhecidas e/ou que não gostamos.

Hoje, por exemplo, aconteceu de novo. A natureza me respondeu (quem não entender, por favor, leia o post do "casulo"). E foi, mais uma vez, tão repentino, tão incrível!

Estava eu, com minha irmã, numa ONG que trabalha com crianças e jovens de risco. Funciona como uma escola integral... Também tem cursos técnicos... entre eles, o de marcenaria, motivo de nossa visita.

Depois que resolvemos o que fomos encomendar (investir em trabalhos que prezam o crescimento no cuidado social dos brasileiros é como investir em nós mesmos), saímos da sala e voltamos pela escola.

Do lado oposto, havia alguns jovens jogando futebol numa quadra... E eu voltei pensando no futuro de cada um deles, desejando um emprego digno e uma família estável.

Eis que, do nada, me aparece essa menininha, de, mais ou menos, seis anos de idade, fardada (provavelmente na hora do lanche), gritando "tiiiaaa!" (comigo) de braços abertos. Então, ela me abraça as pernas em seguida.

Eu me senti a pessoa mais abençoada do mundo! Ninguém tinha mais sorte! Foi uma sensação incrível! Eu parei ali mesmo, abracei ela de volta, cheia de carinho e esperei que ela resolvesse falar comigo.

Ela levantou a vista e perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu me abaixei para ficar da altura dela e respondi. Depois, perguntei o nome (era Joana) e respondi que ela podia me chamar de "Fá". Dei minha mão para selar aquele instante em que nos conhecíamos.

Depois, dei um cheiro em sua cabeça e fiquei observando-a sair correndo no pátio com outras crianças antes de voltar para o carro.

É muito fácil julgar as pessoas; é fácil se provar melhor, ter orgulho de si, enxergar nossos problemas... E quanto às outras pessoas? Você já parou para ouvir alguém desconhecido? Já recebeu um abraço de uma criança que não te conhece?

E você já fez/faz por merecê-lo?

Bom, eu gosto de acreditar que a natureza está respondendo a minhas investidas de procurar agir como um ser humano mais paciente. A vida é mão-dupla: você faz, você recebe.

Pense nisso!



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