Monday, August 20

Céu de letrinhas


Meu irmão, que raiva! Custava nada me dar um fora? Ou aceitar alguma coisa, soltar uma indireta, um peidinho? Qualquer merda que aliviasse o desespero? Próximo da fila ou paixonite aguda?

Porram!


Eu queria deixar minha cabeça no modo stand by. Às vezes é frustrante saber que um computador tem inteligência artificial, que desliga quando está cansado. A gente dorme, vocês têm razão... Mas é pouco demais para o tempo que gostaria.

Eu queria um ano. Talvez mais. O tempo não é importante. Eu não ia perceber. Uma hora, estaria acordando, encontrando um mundo diferente e tendo a chance de explorar coisas novas.

Eu gostaria de ser abduzida, então. Para uma nova galáxia! Uma realidade paralela inimaginável! Sem escrita, sem quaisquer das coisas que costumam me deixar muito mal, muito mal mesmo.

Meu Deus. A quem estou querendo enganar? Estava levando uma surra virtual de Amanda (vasedanar!) e cheguei a comentar que tudo que escrevo é uma merda tão grande que minhas palavras cometem suicídio. E o pior de tudo é que eu tenho a imagem de todo este texto numa filinha indiana, se jogando de um precipício muito alto.

Comentei, inclusive, que detesto escrever porcaria ou "qualquer coisa". Que me dói na alma não saber se existe um céu para as palavras. E que matá-las desse jeito, como estou fazendo, é cruel. Estou lotando um céu de letrinhas! Que Deus me perdoe.

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