Tuesday, August 6

Pavor!


Quando era pequena, morria de medo de perder a minha mãe. Não sei dizer o motivo disso, mas tinha pavor de não tê-la por perto. Até hoje, inclusive, lembro do pânico que sentia.

Quando comecei a estudar na escolinha perto de casa, minha mãe foi basicamente obrigada a estudar comigo. Depois de um tempo, ela começou a ficar na porta da sala. E eu tinha que enxergá-la nas proximidades. Então, ela começou a ficar sentada num banquinho de cimento do outro lado do parquinho, e eu mantinha a vigia através dos combogós.

Não lembro quanto tempo isso durou, mas me recordo perfeitamente das vezes em que ela aproveitava enquanto eu estava entretida com massinhas de modelar e brinquedos de montar e ia embora. Até hoje, quando topo com esses brinquedos, tenho uma terrível nostalgia da sensação.

Eu sempre chorava desesperada, relembrando o seu carinho e seu cheiro, achando que nunca mais iria vê-la. Era uma sensação horrível de impotência e desamparo, como se abrisse um buraco negro debaixo dos meus pés e fosse deixar de existir porque ela ia me esquecer e eu ainda era muito indefesa.

Psicólogos? Alguém?

Rs!

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